ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES PÓS-COVID 19: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Eduardo Jungblut Kniphoff, Carolina Sofia Kist, Helena Amelia Rachor, Renata Trimer, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


Introdução: A pandemia COVID-19 surgiu na China, em dezembro de 2019, com alto poder de disseminação e mortalidade. A maioria das pessoas com COVID-19 desenvolve doença leve ou não complicada (81%); no entanto, 14% desenvolve sintomas graves, que requerem hospitalização e suporte de oxigênio, e 5% exigem tratamento na UTI. Na fase crítica da COVID-19, após longa permanência nas unidades de terapia intensiva, há perda da homeostase entre a síntese e a degradação proteica, com redução gradual na renovação das proteínas musculares, ocorrendo a atrofia muscular, e, com sete dias de repouso no leito, há redução da força muscular em 30%, adicionando perda de 20% da força restante a cada semana. A reabilitação física de pacientes com COVID-19 inicia-se na internação hospitalar para a manutenção do funcionamento dos sistemas vitais, e continua na fase pós-internação para tratar sequelas e complicações causadas pela doença e longo período de internação. Objetivo: Apresentar um caso de reabilitação cardiorrespiratória e física-funcional de paciente curado da COVID-19, pós-alta hospitalar. Métodos: paciente do sexo masculino, com 59 anos de idade, após 12 dias de hospitalização por COVID-19, foi encaminhado à Reabilitação Cardiopulmonar (RCP), localizada junto ao Hospital Santa Cruz. Na RCP, foram realizados testes para conhecimento da condição clínica geral do paciente, no 1º atendimento e após 20 sessões, conforme segue: teste sentar-levantar (TSL), timed get up and go (TUG), força de preensão palmar (FPP), medidas de circunferência de pescoço, quadril, cintura e panturrilha. Os atendimentos monitorados ocorreram 3 vezes por semana, com duração de 1 hora, com instrumentos específicos: ficha de acompanhamento clínico e comportamento dos sinais vitais (pressão arterial, saturação periférica de oxigênio (SpO2), frequência cardíaca, frequência respiratória) e Escalas de Dispneia (dBORG) e Esforço Percebido de BORG (eBORG). As atividades do RCP foram constituídas de exercícios resistidos com cargas individualizadas, focando em movimentos funcionais para o paciente e, também, foi realizado treinamento aeróbio em bicicleta ergométrica. Resultados: na linha de base TSL, realizou 8 repetições; TUG, sugestivo para baixo risco de quedas (11 seg.); FPP= 24 kg/f em membro dominante e não dominante; medidas de circunferências: pescoço= 40cm, quadril=93,5 cm, cintura=96 cm, panturrilha direita= 35 cm; no exercício aeróbio, realizava, inicialmente, apenas 10 min (intervalados em 1 de treino /1 de descanso sem carga), pois a SpO2, durante os exercícios leves, caía para <90%. Após 20 sessões de RCP, verificou-se melhora na força dos membros inferiores (TSL=10 repetições; TUG=9,72 segundos); FPP=24 kg/f, sem alteração; aumento das medidas de circunferências: pescoço (43cm), quadril (100,6cm), cintura (106cm) e panturrilha (34,3 cm); realizava no exercício aeróbio por 25 min, contínuos e com carga intervalada de 60 watts e 90 watts a cada 2,5 minutos, mantendo a SpO2 em 92%, até mesmo nos exercícios mais intensos. Conclusão: O atendimento individualizado tem sido de grande importância para a recuperação deste paciente, melhorando sua capacidade funcional para as suas atividades de vida diárias. Além disso, é de grande valia para os bolsistas, trazendo conhecimentos agregados à formação fisioterapêutica relacionada aos atendimentos a pacientes pós-COVID-19.

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ISSN 2764-2135