ATIVIDADE FÍSICA, PERCEPÇÃO DE DOR E QUALIDADE MUSCULAR EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM COM DOR LOMBAR

Maiara Helena Rusch, Patrik Nepomuceno, Polliana Radtke dos Santos, Hildegard Hedwig Pohl

Resumo


Os profissionais de enfermagem estão expostos a condições de diferentes riscos ocupacionais, ou seja, as cargas e os fatores organizacionais associados ao ambiente de trabalho, que podem interferir na saúde. Dentre os profissionais da saúde, a enfermagem constitui-se uma das profissões com maior risco para desenvolver distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, dos quais se destaca a dor lombar (DL). Assim, a atividade física é apontada como um importante elemento para promoção da saúde desses profissionais. O objetivo deste estudo foi o de relacionar a prática de atividade física com a percepção de dor e de qualidade muscular. Estudo transversal, vinculado ao projeto de pesquisa ?Novas abordagens para diagnóstico da dor lombar, obesidade e fatores de risco cardiometabólico em trabalhadores ? fase II?, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob CAAE nº 99490918.4.0000.5343. As coletas foram realizadas com trabalhadoras de um hospital universitário do Rio Grande do Sul, no ano de 2019, com idade entre 18 e 50 anos, dos turnos da manhã e tarde, de unidades abertas e fechadas, e que manifestassem DL. As participantes do estudo responderam um questionário sobre variáveis sociodemográficas e laborais e o STarT Back Screening Tool (SBST). Para a intensidade da DL foi utilizada a Escala Visual Analógica da Dor (EVA); já a avaliação dos músculos extensores de tronco foi realizada por eletromiografia, dinamometria e ultrassonografia. A análise de dados foi realizada no programa SPSS (versão 23.0), sendo a amostra dividida em dois grupos: praticantes e não praticantes de atividade física. Para a comparação entre os grupos foi realizado o teste Qui-quadrado ou teste Exato de Fisher e teste de Shapiro-Wilk para a normalidade dos dados; já a comparação de médias foi realizada através do teste U de Mann-Witney ou t de Student para amostras independentes, considerando p<0,05. Foram avaliadas 53 profissionais de enfermagem, do sexo feminino, das quais 28% eram praticantes de atividade física e 72% não praticantes. A média da idade das praticantes (35,5) foi maior que a das não praticantes (31,2); além disso, a média do tempo de trabalho das praticantes (104,6) também foi maior quando comparada a das não praticantes (71,5). Das praticantes 67% atuavam em unidades abertas e 33% em fechadas, enquanto que das não praticantes 55% trabalhavam em unidades abertas e 45% em fechadas. As comparações entre os grupos mostraram que a média da dor, foi maior no grupo das praticantes (4,2) em relação a das não praticantes (3,8). Por outro lado, quanto à classificação do SBST, 80% das praticantes apresentaram risco baixo, assim como 60%. das não praticantes Ao comparar as  características musculares, observou-se que os resultados relacionados à ecogenicidade, à espessura muscular, à forca muscular, e a ativação dos músculos longuíssimo e iliocostal, foram ligeiramente melhores no grupo não praticante, embora sem diferença estatística, esse mesmo grupo também apresentou uma espessura de gordura maior quando comparado às praticantes. Conclui-se que, uma vez que não se verificou diferença estatística para nenhuma variável, a prática de atividade física não apresentou relação com as características, percepção de dor e qualidade muscular. Não obstante, o grupo das não praticantes ter apresentado resultados parcialmente melhores, vale destacar que a média de idade e de tempo do trabalho das praticantes foi maior o que pode ter interferido nos resultados deste estudo.


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ISSN 2764-2135