ENSINO SUPERIOR: ESTRESSE ENTRE OS DOCENTES

Luiza Tamara de Almeida Leal, Cristiane Davina Redin Freitas

Resumo


Ao longo dos anos, as instituições universitárias sofreram grandes transformações e, além de serem espaços de construção do conhecimento, inauguram uma educação baseada na lógica mercantilista. Esse fato exige maior produtividade dos docentes fazendo com que eles encarem o desafio de estarem ligados à inovação e às novas tecnologias, reinventando as formas de ensinar e  de aprender. O professor universitário passa a ser um empresário intelectual, que precisa se encaixar num contexto de trabalho competitivo e de produção, o que pode desencadear sofrimentos e  de sobrecarga. O objetivo desse estudo foi compreender a saúde mental dos professores universitários dos cursos da área da saúde. O método utilizado foi o misto (quantitativo e qualitativo), o levantamento dos dados foi por intermédio da Escala de Ansiedade, Depressão e Estresse (DASS-21). A parte qualitativa se deu através de uma pergunta aberta ao final do questionário. O estudo foi aplicado de forma online, durante o período de Pandemia devido ao Covid-19. Ao total participaram 56 professores, sendo 47 mulheres e 9 homens. Apesar de a ferramenta medir os indicadores de depressão e  de ansiedade, que se apresentam em grande maioria entre os níveis de Normal e Leve, o analisador de estresse é o que mais chama a atenção. Ao observarmos a amostra de um modo geral, percebemos que 34% da população pesquisa apresentam os níveis de estresse em Moderado, Severo e Extremamente Severo. Quando verificamos os cursos de forma separada, o estresse é mais elevado em três cursos: Educação Física 50% da amostra no nível moderado, Nutrição 67% apresentou o indicador Severo e Odontologia 41% dos docentes apontou estresse Moderado, Severo, Extremamente Severo. Professores com menos de vinte anos no exercício da profissão, apresentam 38% de estresse. Nota-se que o estresse é o sintoma que se mostra com maior nível de incidência entre os docentes, questionamos se esse indicador apresentaria resultados diversos, caso os mesmos não estivessem vivendo a situação da reclusão social. Nas narrativas trazidas pelos entrevistados, é perceptível a sobrecarga de trabalho, provavelmente, ocasionado pelo home office, que foi imposto na quarentena. O contexto de pandemia atravessou diretamente essa pesquisa, fazendo com que os professores tivessem que lidar com uma nova forma de ensino e de trabalho (home office), o que pode ter afetado os indicadores de sua saúde mental. A partir desse estudo foi possível identificar como as funções da profissão mobilizam a saúde mental dos professores do ensino superior.

Palavras chaves: Professores universitários; Estresse; Saúde Mental.


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ISSN 2764-2135