ESTUDO DA PRODUÇÃO DE ÁCIDO LÁTICO EMPREGANDO MANIHOT ESCULENTA CRANTZ COMO SUBSTRATO E ESCHERICHIA COLI NA FERMENTAÇÃO

Miriane de Oliveira Simon, Lisianne Brittes Benitez, Manuela Gassen, Rosana de Cassia de Souza Schneider

Resumo


Em todo o mundo, as matrizes, que muitos produtos utilizam, em sua prevalência, são de origem petroquímica que, além de não ser renovável, são fortes fontes de poluição pré e pós-consumo. Assim, as pesquisas por tecnologias que possam viabilizar essas matérias-primas devem ser avançadas com o objetivo de chegar mais rapidamente à escala industrial. O processo biotecnológico utilizado para desenvolver polímeros renováveis para substituição dos polímeros derivados do petróleo é a fermentação. Um dos produtos obtidos em fermentações é o lactato, o qual pode ser polimerizado, produzindo o polilactato (PLA), um poliéster. Para se obter o polilactato, com um custo menor, há necessidade de novas combinações tecnológicas de substrato e microrganismo. Nesse sentido, buscamos a aplicação da mandioca (Manihot esculenta Crantz) como substrato para produção de ácido lático, a qual possui alta porcentagem de amido em sua composição, chegando a 90 % em peso seco. Além disso, objetivou-se otimizar a hidrólise enzimática e a fermentação com duas cepas de Escherichia coli, uma, geneticamente modificada (JU15), fornecida pela UNAM-México e outra selvagem. A hidrólise enzimática foi conduzida com duas enzimas comerciais amilase e gluacomilase. Para tanto o substrato foi seco e moído, permanecendo com uma umidade de 10,49% para a amostra de mandioca sem casca e 14,99% para cascas de mandioca. Na determinação de carboidratos totais alcançou-se 65% na amostra 1 e 77% na amostra 2, utilizando-se o método da National Renewable Energy Laboratory (NREL). Na sacarificação por hidrólise enzimática obteve-se 46,63 % durante a hidrólise enzimática na amostra 1 e 83,65 % na amostra 2, com relação ao teor de carboidratos totais. Os percentuais de produção de ácido lático após a fermentação de 24 h foram para JU15 de 11,22 % e para a bactéria selvagem, após 48 h foi de 12,51 % para amostra 1. Dessa forma, foi possível concluir que essas bactérias produzem ácido lático a partir da mandioca utilizada como substrato, porém a bactéria E.coli JU 15, que é geneticamente modificada para a produção de ácido lático provavelmente não está nas condições ideais meio, necessitando modificações do processo. E, a E.coli selvagem que também produziu ácido lático poderá ser investigada no futuro para fins de engenharia genética. Portanto, para a produção de ácido lático, a primeira etapa de hidrólise alcançou alta conversão e a etapa de fermentação exige modificações do processo que não foram possíveis devido ao período da pandemia do Covid-19.

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ISSN 2764-2135