AVALIAÇÃO DO RESTO INGESTÃO E SATISFAÇÃO DO PACIENTE EM AMBIENTE HOSPITALAR

Rodrigo Pinheiro Luz, Isabel Pommerehn Vitiello

Resumo


AVALIAÇÃO DO RESTO INGESTÃO E SATISFAÇÃO DO PACIENTE EM AMBIENTE HOSPITALAR

INTRODUÇÃO

Uma alimentação equilibrada e saudável é muito importante para recuperação e manutenção do estado nutricional do paciente internado. O profissional nutricionista tem responsabilidade fundamental na elaboração e produção das refeições, assim como na administração e gerenciamento de unidades de alimentação.

No ambiente hospitalar, pacientes internados por longos períodos, tendem a aumentar as chances de desnutrição pela negação em se alimentar. 

Resto ingestão é a quantidade de alimentos servida no prato ou bandeja e não consumida pelo comensal. Já a satisfação do paciente reflete qual é a sua preferência e contribui para gerar novos atrativos e benefícios aos pacientes.

OBJETIVOS

O estudo tem como objetivo analisar o resto ingestão e satisfação de pacientes hospitalizados em relação aos almoços servidos (arroz, feijão, parte proteica, guarnição e salada) em um hospital de Santa Cruz do Sul, RS.  

MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado durante estágio obrigatório em Alimentação Coletiva do Curso de Nutrição, UNISC, em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) de um hospital em Santa Cruz do Sul, RS. 

A coleta foi realizada por um período de 10 dias entre o mês de julho e agosto de 2020 na ala com maior número de internações.

O peso médio per capita da refeição foi estabelecido através de mapa de produção da UAN.

Para a determinação do Índice de resto ingestão, durante 10 dias foram pesados diariamente os restos dos almoços não ingeridos nos pratos dos pacientes, desprezando as partes não comestíveis e aplicou-se a relação percentual entre o peso da refeição rejeitada (PR) com o peso da refeição distribuída (PRD), representado pela fórmula: IR = PR x 100 / PRD.

Nesse mesmo período, no momento do recolhimento dos utensílios dos almoços, foi perguntado ao paciente de forma oral e informal qual o seu grau de satisfação (bom, regular ou ruim) em relação a sua refeição e, caso não quisesse responder, também foi considerado.

RESULTADOS

Durante o período de 10 dias de análise do resto ingestão a UAN produziu 1240 almoços, sendo que 372 almoços (30%) foram servidos na ala analisada por este estudo. Essas 372 refeições tiveram o peso total de 176 kg, numa média de 473 gramas per capita.

O resto ingestão durante os 10 dias registrados identificam a quantidade de 50,95 kg não ingeridos (28,92%). Uma taxa de resto ingestão acima de 20% em coletividades enfermas pressupõe inadequação no planejamento e execução dos cardápios. 

CONCLUSÃO

A avaliação do almoço com o critério Bom foi de 73%, extremamente alta se comparamos com o resto ingestão acima de 20%, o que pode ser justificado por algumas hipóteses, como incapacidade de comer (pelo estado clínico por exemplo) e receio de falar a verdade e serem mal interpretados.

Durante o período de coleta observou-se um significativo volume de desperdício de alimentos. Conhecer o índice de resto ingestão e a satisfação do paciente são ferramentas que identificam possíveis falhas do serviço, auxiliam um melhor planejamento de cardápios e identificam a necessidade ou não de capacitação do funcionário da UAN.

Sendo assim, os resultados conseguidos neste estudo devem ser estimulados a serem buscados sistematicamente para assegurar a excelência dos serviços prestados, o melhoramento dos procedimentos deve ser contínuo, assim como o comprometimento de todos os envolvidos na manipulação e distribuição dos alimentos.


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ISSN 2764-2135