OTIMIZAÇÃO DE UMA EMBALAGEM PARA CRIAÇÃO, TRANSPORTE E LIBERAÇÃO DE HABROBRACON HEBETOR (HYMENOPTERA: BRACONIDAE) EM ARMAZÉNS
Resumo
O controle biológico utilizando o parasitoide Habrobracon hebetor (Say, 1857) (Hymenoptera: Braconidae) mostra-se promissor no manejo de várias espécies de lepidópteros praga em ambientes com produtos armazenados. No entanto, um fator relevante ao uso desse agente biológico como produto fitossanitário está na definição de uma embalagem para a criação e o transporte até o local de liberação. O objetivo do estudo foi avaliar diferentes tipos e formas de embalagens que melhor se adaptam à criação, transporte e liberação de H. hebetor no local alvo. Foram avaliados três tamanhos diferentes de recipientes de 145, 295 e 500 ml, sendo, em um grupo, adicionados três pedaços de papel sanfonado e, no outro, sem nada. Cinquenta larvas do hospedeiro Ephestia kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera: Pyralidae) foram colocadas em cada recipiente junto com cinco casais de H. hebetor. Assim como a forma de oferecer as larvas do hospedeiro para parasitismo. Foi analisado um grupo de larvas sem a presença da dieta e outro em meio à dieta de criação do hospedeiro. Cada recipiente possuía 200 larvas hospedeiras com 5 casais de H. hebetor. Além disso, foi avaliado diferentes densidades de parasitoides, 5, 10 e 15 casais, parasitando 50 larvas. Após a emergência da prole foi contabilizado o número de indivíduos emergidos e a razão sexual da progênie. A ventilação do pote de criação foi avaliada com uma abertura de 5 cm na tampa, e outra apenas perfurando a tampa com inúmeros furos com agulha de 1 mm. Também foi analisado o formato e o tamanho da embalagem para colocar o recipiente de criação com os parasitoides. O número médio de H. hebetor emergidos variou de acordo com os recipientes avaliados. O recipiente de 145 ml foi no qual houve o menor número de indivíduos emergidos (64,73±4,92), já os recipientes de 395 e 500 ml obtiveram uma prole de 104,50±5,35 e 96,43±6,40 parasitoides, respectivamente. A presença dos três papeis sanfonados dentro do recipiente contribuíram para que houvesse um maior número de parasitoides emergidos. A razão sexual da prole não variou com ou sem os papeis. Independentemente do número de fêmeas inseridas no recipiente para parasitar as larvas de E. kuehniella, não houve diferença significativa no número de H. hebetor emergidos e na razão sexual. O número de parasitoides emergidos também não foi influenciado pela presença de restos da dieta de criação de E. kuehniella. Para ocorrer a ventilação no interior do recipiente de criação, foi possível observar que, com o corte (diâmetro de 5 cm) na tampa, o desenvolvimento dos parasitoides ocorreu de forma normal. Por outro lado, apenas perfurando a tampa com inúmeros furos (diâmetro de 1 mm), não foi suficiente para ocorrer a ventilação, havendo a formação de fungos que impediram o desenvolvimento dos parasitoides. Entre as diferentes formas, composições e tamanhos das embalagens avaliadas, a caixa de papel foi a que melhor se adaptou às exigências. O tamanho da embalagem escolhida foi de 11 cm de altura, 10 cm de largura e 10 cm de comprimento. Como solução para disponibilizar o produto (parasitoide) no mercado de biodefensivos, este estudo desenvolveu uma embalagem que se adequa à utilização de H. hebetor nas cadeias produtivas, atendendo às especificidade de produção (criação), transporte e aplicação (liberação), atendendo à legislação vigente.
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ISSN 2764-2135