COMPORTAMENTO CARDIODINÂMICO E DA MODULAÇÃO AUTONÔMICA EM INDIVÍDUOS COM DPOC FRENTE A UM TESTE FUNCIONAL SUBMÁXIMO

Luana dos Passos Vieira, Carolina Schmitt, Renata Trimer, Camila da Silva Brinques, Douglas Alex Weiss Martins, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) vem crescendo expressivamente no mundo e está associada a risco elevado de outras doenças crônicas. Entretanto, não se trata de uma doença que cursa apenas com alterações pulmonares, mas também sistêmicas, sendo a doença cardiovascular uma comorbidade prevalente nesta população. Devido às alterações sistêmicas presentes nos sujeitos com DPOC, esses podem apresentar modificações na resposta da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). A VFC é uma ferramenta minuciosa capaz de identificar alterações cardiovasculares, e a lentificação de seu comportamento pode ser considerado preditor precoce de outras patologias, bem como de mortalidade nesses indivíduos. Objetivo: Avaliar o comportamento cardiodinâmico e da VFC frente ao Teste do Degrau de 6 minutos (TD6m) em sujeitos com DPOC. Métodos: Estudo transversal realizado junto ao Laboratório de Reabilitação Cardiorrespiratória (LARECARE) do Hospital Santa Cruz. Foram incluídos indivíduos DPOC sem presença de arritmia cardíaca. Para realização do TD6m foi utilizado um degrau de 20cm de altura e os sujeitos foram instruídos a subir o maior número de degraus em cadência livre, sob estímulos verbais padronizados pelo avaliador do teste. O registro da FC foi através do cardiofrequencímetro Polar® durante o repouso (rep=5 minutos), teste (6 minutos) e recuperação (rec=5 minutos). Posteriormente os dados foram analisados no software Kubios 2.2. Como determinante da frequência cardíaca (FC) de recuperação foi calculado o delta de variação entre a FC_pico subtraindo a FC_recuperada no 1º minuto pós-teste (?FCRec= FC_pico - FC_rec), sendo considerado adequado o valor de >14bpm de ?FCRec . Os dados foram analisados no software SPSS-25.0, expressos em média e desvio padrão. Realizada correlação de Pearson, considerando significativo p=0,05. Resultados: Foram avaliados 22 indivíduos com idade média de 66,1 anos, frequência dominante de sujeitos do sexo masculino, de etnia caucasiana, ex-tabagistas, com estadiamento da DPOC em moderado e com índice de massa corporal classificado entre sobrepeso e obesidade. Referente ao TD6m, a média de degraus subidos foi de 73,5±27,6. Os pacientes apresentaram adequada acentuação da modulação simpática frente ao estresse do TD6m e retornando ao valor basal próximo ao do repouso durante a recuperação [(FCrep=81,9±9,9bpm) vs (FCpico=105,6±12,8bpm) vs (FCrec= 85±10,1bpm)]. Observamos uma maior frequência (52,2%) de sujeitos com resposta adequada do ?FCRec e uma correlação positiva entre esse e o número de degraus subidos no TD6m (r= 0,542; p=0,008). Conclusão: O comportamento cardiodinâmico foi adequado nos momentos do TD6m, porém apenas 52% dos sujeitos apresentaram adequada recuperação da FC.

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ISSN 2764-2135