CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA: PERCEPÇÕES DE UMA ENFERMEIRA ATUANTE EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Resumo
Introdução: A atenção à saúde das crianças é um esforço milenar, cuja inserção de cuidados começa na fase inicial da vida, com avaliação e monitoramento de processos vitais voltados ao crescimento e desenvolvimento infantil. São vários os órgãos empenhados a favor da saúde dos infantes, os quais participam da elaboração e publicação de orientações e informes importantes, como a Caderneta de Saúde da Criança (CSC), contribuindo à idealização de indicadores em saúde, que fundamentam o trabalho de muitos profissionais de saúde. O enfermeiro é membro importante de uma equipe multiprofissional, pois é um dos principais responsáveis pela utilização da CSC, o que o torna uma influência para estimular o uso pelos pais e demais membros da equipe, pois esta ação requer conhecimento e empenho contínuos, a fim de viabilizar orientações inerentes a vigilância, a promoção e a educação em saúde, estreitando a relação de responsabilidade pela saúde infantil. Metodologia: Estudo transversal, com delineamento qualitativo, realizado a partir de entrevista com formulário semiestruturado gravado, junto a uma enfermeira atuante em Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Santa Cruz do Sul. Este município, vinculado à 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, no Vale do Rio Pardo, interior do estado do Rio Grande do Sul. A apreciação dos dados foi conduzida pela análise de conteúdo por temas e os preceitos éticos foram respeitados, sob aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa, da Universidade de Santa Cruz do Sul, sob protocolo nº 2.809.286. Principais resultados: Destaca-se que a participante possuía experiência de 10 anos na ESF, demonstrando forte vínculo com a comunidade. O cuidado em saúde prestado às crianças, segundo a enfermeira, sempre esteve acompanhado pela CSC, pois, além de ser um documento necessário em cada consulta, é, também, um recurso utilizado para o registro do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Dentre os profissionais que mais manuseavam a caderneta na unidade pesquisada, estiveram as Agentes Comunitárias de Saúde, as quais recebiam orientações quanto ao preenchimento, pela enfermeira. Logo, ao questionar a participante sobre a parte do referido documento em que ela mais trabalhava com os pais ou responsáveis, foi indicado o calendário vacinal. Contudo, havia dificuldade de alguns pais ou responsáveis trazerem as crianças nas consultas, e de estas estarem munidas de sua CSC. A adesão era maior por parte dos pais ou responsáveis mais jovens, entre 18 a 25 anos, pois era nessa faixa etária em que havia maior incidência do nascimento do primeiro filho e, adicionalmente, o surgimento de dúvidas, como a interpretação e avaliação dos valores do peso e altura da criança. Conclusões: Torna-se evidente a necessidade de o enfermeiro conhecer o conteúdo contido na caderneta, para conduzir uma efetiva assistência e orientação em saúde. No entanto, garantir a plena utilização da CSC é um desafio, pois ela não tem sido empregada de forma adequada conforme o Ministério da Saúde recomenda, tanto pelos profissionais de saúde como pelos familiares, fato que contribui à falta de qualidade dos registros. Logo, estratégias específicas necessitam ser viabilizadas, para atingir os segmentos que a manuseiam.
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ISSN 2764-2135