FORÇA MUSCULAR E ATIVAÇÃO MUSCULAR EM PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM COM DOR LOMBAR

Cassiano Severgnini, Patrik Nepomuceno, Hildegard Hedwig Pohl

Resumo


Introdução: A saúde dos trabalhadores tornou-se um importante objeto de estudo, por representar um grupo economicamente ativo, portanto as doenças relacionadas ao trabalho atingem grande parte da população. Várias doenças da coluna se desenvolvem em função do tipo de trabalho realizado, e a principal consequência é a dor, que causa comprometimento das atividades laborais e alterações posturais. Além disso, a realização de atividades que exijam altas demandas físicas como o da enfermagem, pode desencadear em prejuízos à saúde, levar à fadiga e sobrecarga de músculos e articulações. Estudos têm demonstrado que a dor lombar é comum em trabalhadores que realizam atividades com sobrecarga física, sobretudo entre as mulheres. Como resultado, a presença de lombalgia pode levar à redução do trabalho físico e da atividade laboral, resultando em perda de força do músculo, enfraquecimento da área e agravamento no quadro clínico. Objetivo: Relacionar a força muscular dos músculos da região lombar com a ativação muscular dos músculos longuíssimos e ileocostal. Método: A pesquisa foi realizada com trabalhadoras da enfermagem de um hospital do interior do Rio Grande do Sul, a amostra contou com 49 enfermeiras e técnicas de enfermagem, sendo nove enfermeiras, com média geral de idade de 31 anos. A amostra foi dividida em dois grupos a partir da força muscular (acima e abaixo da média), sendo utilizada como ponto de corte o resultado da média geral do grupo. Foi usado o eletromiógrafo de 4 canais, código EMG432 (EMG System do Brasil Ltda, São José dos Campos, SP, Brasil), dotado de um conversor A/D, além do software AqDados (Lynx Tecnologia Eletrônica Ltda, São Paulo, SP, Brasil), utilizado tanto para avaliar a capacidade de produção de força da musculatura extensora do tronco (dinamometria), quanto a ativação muscular dos músculos do longuíssimos e ileocostal (eletromiografia) a partir da contração isométrica voluntária máxima (CIVM). Essas avaliações foram realizadas durante o movimento de extensão do tronco, a partir de uma CIVM. Para a obtenção da força muscular, utilizou-se uma célula de carga acoplado no aparelho de eletromiografia. Para o registro do sinal eletromiográfico (sinal EMG), foram utilizados pares de eletrodos de superfície (Ag/AgCl). Os dados foram analisados pelo software SPSS versão 23.0, através de estatística descritiva (média e desvio padrão), a normalidade realizada pelo Teste de Shapiro-Wilk para comparação de médias foram utilizados os testes t de Student ou U de Mann-Whitney, com significância <0,05. Resultados: Observou-se que o grupo com a dinamometria acima da média apresentou média de idade mais elevada (diferença de 2,5 anos). Com relação à ativação do músculo longuíssimo o grupo classificado com dinamometria acima da média apresentou resultados de 131,6 rms (75,6) comparado com o grupo a baixo da média 112,1 rms (42,2). Em relação ao músculo ileocostal, também o grupo classificado acima da média apresentou resultados melhores 66,0 rms (33,8), comparado com o grupo abaixo da média 62,7 rms (24,8), entretanto não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Conclusão: Diante dos resultados observados, podemos concluir que, não obstante, as enfermeiras e técnicas de enfermagem com maior produção de força muscular na região lombar (dinamometria) apresentaram maior ativação muscular tanto no músculo longuissimo quanto ileocostal, não foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos.

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ISSN 2764-2135