A COMPLEXIDADE E POTENCIALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES FRENTE AO DISTANCIAMENTO SOCIAL

Ana Caroline Oliveira de Souza, Fernanda Luana Hoppe, Alice Petry da Silva, Nize Maria Campos Pellanda, Maira Meira Pinto

Resumo


O presente resumo objetiva relatar vivências, experiências e desafios da construção e observação de pesquisas antes e durante a pandemia de COVID-19. Os estudos são desenvolvidos com os demais integrantes do projeto de pesquisa intitulado Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas - GAIA, assim como,  no projeto a ele vinculado ?Na Ponta dos Dedos: o iPad como instrumento complexo de cognição/subjetivação?. As vivências anteriores à pandemia ocorriam no Sistema Integrado de Saúde - SIS, localizado nas dependências da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, por meio da observação dos atendimentos realizados por outra pesquisadora e um sujeito de 10 anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Austista (TEA), os mesmos duravam, em média, 30 minutos, e tinham o iPad como principal instrumento técnico. Por meio deles,  aposta-se na autonomia e na potencialização do sujeito através de perturbações ocasionadas pelo uso da tecnologia touch e nas relações de acoplamento sujeito-sujeito e sujeito-máquina, bem como na subjetividade e formação humana complexa, que compreende o mundo como sistemas de redes autopoiéticas que potencializam-se através da transdisciplinaridade, também no princípio de auto-organização de Heinz Von Foerster, no conceito de autopoiesis e complexificação de Humberto Maturana e Francisco Varela, e na aprendizagem pelo ruído de Henri Atlan. Assim, considerando o novo contexto ao qual vivenciamos diariamente e as considerações teóricas e metodológicas, que embasam o estudo e a pesquisa, o novo cenário foi de diálogos e reinvenções. Por isso, acreditando nos sujeitos, em suas capacidades e desenvolvimento para além do diagnóstico, os atendimentos também se modificaram, por meio de vídeos, de chamadas online,  de áudios e  de recursos visuais, as pesquisadoras organizaram novas formas de articulação e contato entre sujeitos, famílias e pesquisadores. Assim, as observações também se modificaram, os registros continuavam a serem olhados atentamente, sobretudo na perspectiva de significação e potencialização das ações, com e para o meio. Portanto, mesmo que em desenvolvimento e frente a novos desafios, muitas das relações que se estabeleceram entre os sujeitos, considerando as suas singularidades e individualidades físicas, psicológicas e cognitivas, pode-se compreender que: a emergência do ser humano é o que constrói a sua percepção, assim, quanto mais consciente das suas relações, mais autônomo se tornará. A essas novas relações e transformações, conceitua-se o conceito da ontoepistogênese, referindo-se ao indivíduo que se complexifica através da imersão e interação com seu meio, transformando-se em sua totalidade, sejam por pequenos atos e ações, tão importantes e imprescindíveis a nossa pesquisa .



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ISSN 2764-2135