DESAFIOS NOS ATENDIMENTOS ODONTOPEDIÁTRICOS EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19

Maurício Schuster da Silva, Elisandra Baierle, Vanessa Cargnelutti, Ronise Ferreira Dotto, George Valdemar Mundstock, Jorge Ricardo Schmidt Maas, Renita Baldo Moraes

Resumo


Em março de 2020, com o início da pandemia do novo coronavírus, toda a população foi surpreendida por desafios diários. Dentre eles, o distanciamento controlado foi um dos mais importantes para se administrar, visando evitar a disseminação do vírus SARS-CoV-2. Com a implementação de inúmeros protocolos de segurança, os profissionais da área da saúde precisaram adequar-se a todas as exigências para poderem desenvolver suas atividades, minimizando o risco de transmissão do vírus. Dessa forma, as clínicas de ensino odontológico também precisaram readequar as atividades práticas que envolvem atendimentos dos pacientes, em todas as faixas etárias. Este trabalho tem como objetivo descrever a retomada das atividades práticas de Odontopediatria do Curso de Odontologia da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, em junho de 2020, durante a pandemia da COVID-19. Através de relato da experiência, serão apresentadas as adequações ao protocolo disponibilizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e também ao Plano de Contingência para Prevenção, Monitoramento e Controle do Novo Coronavírus - COVID-19, disponibilizado pelo Comitê Institucional de Operações de Emergência em Saúde para Educação (COE-E Local). Todos os protocolos de biossegurança do Curso de Odontologia foram revistos. Previamente ao retorno aos atendimentos, os acadêmicos participaram de uma semana de capacitações sobre higiene das mãos, limpeza e descontaminação dos materiais, esterilização de instrumentais, uso consciente dos equipamentos geradores de aerossol e também sobre como proceder se houvessem casos suspeitos de COVID-19. Todos os funcionários, docentes, estudantes, pacientes e seus responsáveis, ao ingressar no prédio do Curso de Odontologia tem sua temperatura aferida, sendo permitido seu ingresso apenas se for inferior a 37,20C. Visando reduzir a concentração de poluentes transportados pelo ar, os ambientes permanecem ventilados, com a renovação do ar proveniente do exterior, sem a utilização de ar-condicionado. Durante as consultas, evitou-se a presença de pais ou responsáveis dentro da clínica, respeitando o limite de pessoas em cada espaço. As orientações de higiene bucal passaram a ocorrer no box da clínica, e não mais no escovódromo. Antes da pandemia, os estudantes atendiam individualmente e, no retorno às atividades práticas, priorizou-se os atendimentos à quatro mãos, exigindo a formação de duplas. Alguns procedimentos odontopediátricos necessitaram modificações para minimizar os riscos de transmissão da COVID-19. Entre eles, a suspensão do uso de jato de bicabornato em profilaxias dentárias, devido à alta produção de aerossol. Os procedimentos passaram a ser preferencialmente de mínima intervenção, evitando o uso de instrumentos rotatórios e da seringa tríplice com combinação ar/água (spray), devido à geração de aerossol. A paramentação e desparamentação dos funcionários, professores e acadêmicos exige uma ordem a ser seguida. Visando possibilitar os atendimentos, a UNISC passou a disponibilizar EPI?s, como avental impermeável e descartável, máscara PFF2/N95 e protetor facial para todos os envolvidos nos atendimentos odontológicos (funcionários, docentes e discentes). Além disso, as roupas e calçados devem ser de uso exclusivo na clínica odontológica. Conclui-se que a pandemia da COVID-19 impactou nos atendimentos odontopediátricos da UNISC, ao exigir adequações em condutas rotineiras.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135