GERAÇÃO DE BIOELETRICIDADE EM UM DISPOSITIVO ?CÉLULA DE COMBUSTÍVEL MICROBIANA (CCM)? CONTENDO AS BACTÉRIAS ESCHERICHIA COLI E PSEUDOMONAS AERUGINOSA

Júlia Leão, Vanessa Rosana Ribeiro, Marcondes Mafaciolli Pacheco, Héctor David Osório Delgado, Rosana de Cássia de Souza Schneider, Lisianne Brittes Benitez

Resumo


O avanço tecnológico leva a um aumento na demanda por energia elétrica. Considerando que a energia é essencial ao desenvolvimento, é primordial a busca por fontes energéticas limpas que causem o menor impacto possível e que sejam voltadas à preservação do meio ambiente. Nesse contexto, uma alternativa inovadora e promissora é a utilização de sistemas bioeletroquímicos, denominados ?Célula de Combustível Microbiana (CCM)?, em que os microrganismos utilizados atuam na geração de bioeletricidade. Ainda, esses sistemas são ambientalmente amigáveis e trazem a mitigação de duas problemáticas atuais: a geração de energia elétrica e a biorremediação de águas residuárias. O objetivo deste trabalho foi construir um sistema CCM e testar a sua eficiência na geração de bioeletricidade. O sistema CCM foi montado com duas câmaras, uma câmara anódica e uma câmara catódica, separadas por uma membrana de troca iônica, que permite a permeação de íons hidrogênio da câmara anódica para a catódica, nas tampas de cada câmara foram acoplados eletrodos de grafite. Os sistemas foram preenchidos com efluente sintético como substrato, e nas câmaras anódicas foram inoculadas a bactéria Escherichia coli (sistema 1) e a bactéria Pseudomonas aeruginosa (sistema 2), responsáveis pela geração de bioeletricidade, enquanto nas câmaras catódicas foi inoculada a microalga Scenedesmus subspicatus produtoras de oxigênio. Os sistemas foram mantidos em funcionamento durante sete dias. A bioeletricidade gerada foi medida em milivolts (mV) em ambas as câmaras a partir do terceiro dia do experimento com o auxílio de um multímetro. Os resultados obtidos no primeiro experimento foram de um poder de geração mínimo de 445 mV e máximo de 560 mV para Escherichia coli, enquanto para Pseudomonas aeruginosa foi de 320 mV e 357 mV, respectivamente. No segundo experimento, a bioeletricidade gerada por Escherichia coli foi de 443 mV (mínima) e 486 mV (máxima) e por Pseudomonas aeruginosa de 330 mV  (mínima)  e 447 mV (máxima). Por fim, no terceiro experimento a bioeletrecidade gerada por Escherichia coli foi de 116,5 mV (mínima) e 460 mV (máxima) e para Pseudomonas aeruginosa foi de 148,5 mV (mínima) e 353 mV (máxima). Concluiu-se que as bactérias testadas no sistema célula de combustível microbiana foram capazes de gerar bioeletricidade. Estudos adicionais estão sendo conduzidos na tentativa de aumentar o poder de geração bioelétrico pelas células de combustível microbianas, além de testar seu potencial biorremediador.

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ISSN 2764-2135