NÍVEL DE ESTRESSE E INSTABILIDADE GENÔMICA EM CÉLULAS BUCAIS ESFOLIADAS DE PRATICANTES DE ACADEMIA DE MADRID, ESPANHA

Eduarda da Silva Limberger Castilhos, Caroline dos Santos, Diene da Silva Schlickmann, Gabriela Cristina Uebel, Patricia Molz, Silvia Isabel Rech Franke

Resumo


Introdução: Fatores modificáveis ao estilo de vida, como o estresse e a prática de exercícios físicos, implicam em diversos desfechos à saúde dos indivíduos, dentre eles as alterações celulares.  Um dos biomarcadores mais amplamente utilizados para estudar danos ao DNA e outras alterações celulares na população humana é o ensaio  de micronúcleo de células bucais esfoliadas (BMCyt). A aplicação desse método pode ser uma ferramenta para avaliar os impactos das características de estilo de vida como níveis de estresse sobre alterações nucleares.  Objetivo: avaliar e relacionar nível de estresse com genotoxicidade e citotoxicidade em praticantes de academia de Madrid, Espanha. Metodologia: estudo transversal descritivo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul, sob número de parecer 20.20.170. Realizado com 115 praticantes de academia de Madrid, Espanha. O nível de estresse foi avaliado por meio de um questionário, contendo a seguinte pergunta ?Como você classifica seu nível de estresse??. Para avaliar a genotoxicidade e citotoxicidade, utilizou-se o ensaio BMCyt, avaliando as seguintes alterações celulares bucais: células com micronúcleos e brotos nucleares, células binucleadas, frequência de células basais, células com cromatina condensada, cariorréxicas, cariolíticas e picnóticas. A análise estatística foi realizada no programa Graphpad PRISM (Graphpad inc., San Diego, CA), utilizando o teste de Kruskal-Wallis seguido do pós-teste de Dunn. Resultados: dos 115 praticantes de academia avaliados (37,2±14,4 anos e prevalência do sexo feminino, 59,1%), 53,9%, 27,0% e19,1% relataram estar às vezes, raramente e quase sempre ou excessivamente estressados, respectivamente. Em relação ao BMCyt, os biomarcadores de dano no DNA (células com micronúcleos ou brotos nucleares), potencial proliferativo (frequência de células basais) e de morte celular (células com cromatina condensada, cariorréxicas, cariolíticas e picnóticas) não apresentaram diferença significativa em relação ao nível de estresse relatado (p>0,05). Contudo, os praticantes de academia que relataram estar quase sempre ou excessivamente estressados apresentaram significativamente menor frequência de células binucleadas (biomarcador de defeitos citogenéticos) em relação aos praticantes de academia que relataram estar às vezes ou raramente estressados (p=0,005). Conclusão: nossos resultados mostraram que a maioria dos praticantes de academia relataram estar às vezes estressados. Em relação à genotoxicidade e à citotoxicidade foi verificado que os praticantes de academia que relataram estar quase sempre ou excessivamente estressados apresentaram menor frequência de células binucleadas.

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ISSN 2764-2135