TRANSMISSÃO FAMILIAR SARS-COV2: O CUIDADO DEVE CONTINUAR EM CASA

Jonathas Gauciniski, Marlua Luiza Kühl Pontel, Janine Koepp, Ana Paula Helfer, Lia Gonçalves Possuelo, Marcelo Carneiro, Lucas Vinicius Fischer, Eduarda Favero, Mari Ângela Gaedke

Resumo


Introdução: A doença COVID-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, descoberto no final do ano de 2019, iniciada na cidade de Wuhan, na China, alastrou-se rapidamente pelo mundo, provocando muitos óbitos. Sendo declarado, pela Organização mundial da saúde, como emergência de saúde pública, em 30 de janeiro de 2020. O continente americano foi o final da linha do contágio, tendo em vista que, no Brasil, desde que foi anunciada a pandemia, a tentativa era de imaginar onde e como se disseminariam as infecções. Estudos apontam que, no Brasil, em média, a taxa de transmissão de pessoas infectadas seja de 1 para 3 outros indivíduos. Objetivo: identificar a prevalência de transmissão familiar de SARS-CoV2 no município de Santa Cruz do Sul. Metodologia: recorte de um estudo transversal de base populacional que mensurou a soroprevalência de SARS-CoV-2, na região de abrangência do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo ? CISVALE, região central do estado do Rio Grande do Sul. O estudo teve até o momento três campanhas de coleta, com intervalos de 15 dias. A amostra foi composta de 386 indivíduos em cada etapa no município de Santa Cruz do Sul. O processo de amostragem foi realizado por múltiplos estágios, incluindo amostragem sistemática dos setores censitários, seguido de sorteio aleatório simples dos domicílios em cada setor conforme tamanho de amostra estipulado. Em cada domicílio uma pessoa foi aleatoriamente sorteada e convidada a participar do estudo, realizando exame de teste de diagnóstico rápido para a detecção qualitativa de anticorpos IgG e IgM contra SARS-CoV-2. Havendo teste reagente todos os moradores presentes no domicílio no momento da coleta foram testados. Um formulário on-line no software Epi InfoTM, versão para dispositivo móvel, foi utilizado para a coleta de dados, aplicado pelos coletadores com informações sobre características sociodemográficas, sintomas respiratórios, uso de serviços de saúde e medicamentos e hábitos de vida. A pesquisa atendeu a todos os preceitos éticos. Os dados coletados foram armazenados em banco de dados e analisados por meio de estatística descritiva pelo programa Stata® versão 11. Resultados: A amostra totalizou 1158 indivíduos entrevistados. A média da idade dos entrevistados foi de 49,5 (±19) anos, 62,7% eram do sexo feminino e 80,4% residiam na zona urbana. Dentre os 33 casos identificados com testes rápidos reatores, 23 tinham familiares presentes no momento da coleta, totalizando 46 familiares testados. A prevalência de transmissão familiar encontrada em testes rápidos reatores foi de 47,8% (IC 95% 25,7% ? 69,9%). Desses, 27,27% foram reatores para anticorpos IGM e 45,45% para IGG e 27,27% apresentaram tanto anticorpos para IGM e IGG. A média de número de moradores por residência foi de 2,67 (±1,27). Conclusão: conscientizar a população frente aos cuidados que devem ser tomados para evitar a transmissão do Covid-19 é essencial, principalmente, aos que se encontram em grupos de risco. A alta prevalência de transmissibilidade do vírus demonstrou ser um fator agravante a ser considerado, principalmente em meios compartilhados, como no ambiente familiar. É imprescindível que as medidas de higiene, proteção individual e distanciamento social sejam praticadas por todos os indivíduos, em todos os âmbitos sociais, a fim de evitar a transmissão do vírus, considerando qualquer nível de contato interpessoal.

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ISSN 2764-2135