COVID-19 EM TRABALHADORES DA SAÚDE: QUAL O PERFIL EM SANTA CRUZ DO SUL?

Luciane Weiss Kist, Marcelo Carneiro, Marina Weiss Kist, Andreia Rosane de Moura Valim

Resumo


Introdução: Desde a sua detecção, em dezembro de 2019, a COVID-19 tem se disseminado por todos os continentes do planeta, sendo considerada uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a OMS, a maioria dos casos tende a ter sintomas leves, cerca de 15% podem evoluir para hospitalização com necessidade de oxigenoterapia e, aproximadamente, 5% necessitam de atendimento em unidade de terapia intensiva (UTI). Os profissionais de saúde, atuando na linha de frente contra o COVID-19, são diariamente expostos ao vírus, colocando em risco a integridade da sua saúde. Objetivos: o objetivo desse estudo foi analisar a prevalência de sintomas dentro da comunidade de trabalhadores da saúde infectados pelo COVID-19, em Santa Cruz do Sul ? RS, bem como o perfil epidemiológico. Metodologia: foram analisadas as fichas de notificação de 132 profissionais da área da saúde de Santa Cruz do Sul, englobando as diversas áreas de atuação. A coleta de dados ocorreu na Secretaria Municipal de Saúde (março a setembro de 2020). Os dados analisados incluíram sexo, profissão, data de nascimento, qual tipo de exame realizado no paciente e sintomas. O estudo atendeu todos os preceitos éticos preconizados pelo Ministério da Saúde. Resultados: foram analisados um total de 132 profissionais da saúde diagnosticados com COVID-19. O diagnóstico foi feito a partir de detecção de PCR para COVID-19 nas secreções nasofaríngeas (em 89 pacientes) ou teste rápido positivo (em 43 pacientes). Dentre esses pacientes analisados, encontrou-se um total de 102 sintomáticos (77,3%) e 30 assintomáticos (22,7%). A totalidade dos pacientes analisados teve acompanhamento domiciliar, não necessitando de internação. Dentre os sintomas, 50 pacientes apresentaram tosse (49%), 44 referiram dor de garganta (43,13%), 43 referiram cefaleia (42,15%), 33 apresentaram febre (32,35%), 25 referiram mialgia (24,5%), 20 tiveram alterações de olfato e/ou paladar (19,6%), 20 apresentaram coriza e congestão nasal (19,6%), sintomas gastrointestinais (como náusea e diarreia) foram referidos por 10 pacientes (9,8%) e 8 pacientes apresentaram dispneia ou desconforto respiratório (7,8%). Os pacientes que apresentaram dispneia ou desconforto respiratório não apresentaram saturação de oxigênio menor que 95%, não necessitando de oxigenoterapia de suporte. Os pacientes analisados tiveram um ciclo da doença sem intercorrências graves e sem necessidade de intervenção hospitalar. Conclusão: então, podemos concluir que apesar da grande maioria dos pacientes analisados apresentarem sintomas relacionados à infecção pelo COVID-19, nenhum deles teve complicações relacionadas à doença. O sintomas mais prevalentes foram tosse, dor de garganta e cefaleia. Febre não foi o sintoma mais comum. Novos dados ainda serão analisados, tendo em vista que a pandemia por COVID-19 continua e consequentemente existe a possibilidade de novas infecções com desfechos individuais.

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ISSN 2764-2135