USO DE SUPLEMENTOS POR PRATICANTES DE ACADEMIA E SUA RELAÇÃO COM A COMPOSIÇÃO CORPORAL

Thalia Gama da Silva, Renato Alberto Weber Colombelli, Diene da Silva Schlickmann, Caroline dos Santos, Patrícia Molz, Silvia Isabel Rech Franke

Resumo


Introdução: A prática de exercícios físicos em academia e o uso concomitante de suplementos vem sendo uma estratégia bastante utilizada pelos indivíduos que buscam mudanças na composição corporal. Objetivo: Avaliar o uso de suplementos por praticantes de academia e sua relação com a composição corporal. Metodologia: Pesquisa descritiva transversal, realizada com praticantes de academia, de ambos os sexos e idade igual ou superior a 18 anos, do município de Santa Cruz do Sul/RS. O peso, índice de massa corporal (IMC), massa muscular, gordura corporal e visceral foram mesurados pela balança de bioimpedância Omron® e os resultados obtidos foram classificados de acordo com as referências do fabricante. Utilizou-se também um questionário online contendo questões relacionadas ao uso dos suplementos. Posteriormente, os suplementos relatados foram classificados em três categorias: alimentos esportivos, suplementos ergogênicos e suplementos medicinais. As análises estatísticas foram realizadas no programa Graphpad PRISM (versão 6.01), utilizando-se o teste de Anova seguido do pós-teste de Tukey. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul (parecer 2.020.070). Resultados: participaram do estudo 564 praticantes de academia, sendo 56,4% do sexo feminino. A maioria das mulheres não utilizavam suplementos (70,4%) e 20,1%, 10,4% e 2,8% utilizavam alimentos esportivos, suplementos médicos e suplementos ergogênicos, respectivamente. IMC, gordura corporal e nível de gordura visceral foi menor nas mulheres que faziam uso de alimentos esportivos comparado com as que não utilizavam suplementos (p<0,001). Ademais, as mulheres que faziam uso de alimentos esportivos também tinham maior massa muscular em relação às que não faziam uso de suplementos (p<0,001). A gordura corporal e níveis de gordura visceral apresentaram diminuídos entre as mulheres que consumiam suplementos ergogênicos em comparação às que não utilizavam suplementos (p<0,001). As mulheres que faziam uso de suplementos médicos tinham menor IMC em relação às mulheres que não faziam uso de suplementos, contudo tinham maior nível de gordura corporal em relação às mulheres que faziam uso de alimentos esportivos e suplementos ergogênicos (p<0,001). Em relação aos homens, 57,3% não utilizavam suplementos, contudo, 37,8%, 22,8% e 11,4% faziam uso de alimentos esportivos, suplementos ergogênicos e suplementos médicos, respectivamente. Os homens que faziam uso de alimentos esportivos e suplementos médicos tinham maior massa muscular em relação aos não consumidores de suplementos (p<0,001). Além disso, os valores de gordura corporal foram maiores entre os homens que faziam uso de alimentos esportivos em comparação aos não usuários de suplementos (p=0,008). Conclusão: o uso de suplementos esportivos influenciou na composição corporal de praticantes de academia. As mulheres que utilizavam alimentos esportivos tinham menor IMC, gordura corporal e níveis de gordura visceral, mas maior massa muscular. Ademais, as mulheres que consumiam suplementos médicos tinham menor IMC, mas maior gordura visceral, enquanto que as mulheres que utilizam suplementos ergogênicos tinham menores valores de gordura corporal e nível de gordura visceral. Por sua vez, os homens que utilizavam alimentos esportivos tinham maior massa muscular, mas menor gordura corporal, enquanto que quem fazia uso de suplementos ergogênicos tinham maior massa muscular.


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ISSN 2764-2135