MÉDIA DE CT EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM COVID-19 VIA RT-PCR E CORRELAÇÕES CLÍNICAS

Dandára Costa Fanfa, Nayanna Dias Bierhals, Karina Klafke, Augusto Ferreira Weber, Valeria Louzada Leal, Jane Dagmar Pollo Renner, Andreia Rosane de Moura Valim, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


Coronavírus 19 (COVID-19) é uma doença causada pelo SARS-CoV-2, sendo a origem e patogênese do vírus ainda pouco elucidada. A detecção do ácido nucleico do vírus tornou uma tecnologia rápida e confiável para a detecção viral, sendo a Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (RT-PCR) considerada padrão ouro para detecção, pois possui alta especificidade e sensibilidade. Contudo, por se tratar de um vírus de RNA, a etapa de transcriptase reversa é de grande importância para a detecção de SARS-CoV-2, pois beneficia os ensaios específicos e qualitativos. Com a detecção precoce, isolamento social e tratamento oportuno, a propagação da doença é reduzida e há um melhor controle da disseminação. Entretanto, para um melhor diagnóstico, a combinação da RT-PCR com as características clínicas se adequa na facilitação do manejo do COVID-19. Com isso, objetivou-se analisar a média de CT do gene E entre os pacientes diagnosticados com COVID-19 e correlacionar com o tempo de sintomas, bem como identificar os fatores de risco associados. As amostras clínicas avaliadas são provenientes de convênios com o TecnoUNISC recebidas no período de 5 de junho de 2020 a 15 de setembro de 2020 e submetidas à extração de RNA manual por beads magnéticas utilizando kit comercial "MagMAX? CORE Nucleic Acid Purification Kit?. Para a RT-PCR, foi utilizado o sistema AGPATH no qual possui os componentes necessários para a etapa de transcrição reversa; já para a amplificação, utilizou-se sondas e primers descritos pelo CDC americano que amplifica especificamente gene alvo do SARS-CoV-2. Foi utilizado o equipamento QuantStudio? 3 (ThermoFischer Scientific) sendo as condições de ciclagem e temperatura: transcrição reversa 45ºC por 10', desnaturação 95ºC por 10', amplificação 95ºC por 15'' e 58ºC por 45'', durante 45 ciclos. A fim de realizar a análise estatística, foi utilizado o software SPSS v. 20, sendo os resultados expressos em números absolutos e percentuais. Ao todo, foram realizados 467 testes de RT-PCR, sendo destes, 74 positivos (15,8%). No que diz respeito ao sexo, 301 (64,4%) pacientes eram do sexo feminino. A média de idade foi de 36,48 (±14,53), com um mínimo de 1 ano e máximo de 97 anos. Quanto o CT, foi obtido uma média de 26,82. Já os dias de sintomas, 223 (47,7%) estavam entre o quinto a oitavo dia de sintomas e 163 (34,9%) entre o primeiro e quarto dia de sintomas. Apenas 4 pacientes eram assintomáticos e estes apresentaram resultado não detectável no RT-PCR. Todos os pacientes com =13 dias de sintomas (22 no total, representando 4,71% dos casos), apresentaram resultado detectável na PCR. Os pacientes com CT mais tardio (36,3-38,4) estavam entre 4 e 7 dias de sintomas; o período mais longo de sintomas foi de 40 dias, sendo este com CT de 23,6. Entre os casos positivos, 17 (23%) apresentavam outras morbidades, sendo as mais prevalentes: hipertensão (23,3%), doença cardíaca (11,7%), asma (11,7%), obesidade (11,7%), diabetes (11,7%), rinite (11,7%), sinusite (11,7%). Considerando a COVID-19 como uma doença nova, serão necessários mais estudos que correlacionem a média de CT com o tempo de sintomas, visto que na literatura a detecção do conteúdo viral a partir do 14ª dia de sintomas já se torna indetectável na maioria dos casos. Tendo em vista que muitos pacientes obtiveram resultado positivo mesmo após 14 dias de sintomas, sugere-se o acompanhamento clínico e repetição do teste a fim de descartar falsos positivos.

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ISSN 2764-2135