CLAREAMENTO INTERNO EM DENTE TRAUMATIZADO: RELATO DE DOIS CASOS

Jamile da Rosa, Wesley Misael Krabbe, Michele Altermann Platen, Karoline Knipoff dos Santos, Magda de Souza Reis

Resumo


Introdução: As alterações na cor dos elementos dentários, principalmente nos dentes anteriores, é um grande fator de insatisfação estética para os pacientes, fazendo com que os mesmos busquem ajuda profissional visando alcançar os padrões esteticamente aceitáveis. O clareamento interno de dentes anteriores escurecidos é ainda uma terapia muito requisitada na prática odontológica, uma vez que o escurecimento dos dentes é motivo de grande preocupação por parte dos pacientes. Essa alteração pode ter relação com traumatismo, causado por impregnação na dentina de materiais usados no tratamento endodôntico, necrose pulpar, ou ainda, casos de hemorragia intrapulpar, levando sangue até o interior dos túbulos dentinários e, consequentemente, à degradação e liberação de compostos com coloração escura de tons variados, promovendo a pigmentação do elemento dentário. Esse procedimento clínico visa clarear dentes com alteração de cor, sendo possível realizá-lo em três técnicas: mediata, imediata ou mista. Nos casos clínicos apresentados foi optado por realizar esse clareamento pela técnica mediata, que se baseia no preenchimento da câmara pulpar com o material clareador, aguarda-se sete dias, realizando as trocas do agente clareador até que se obtenha o resultado desejado. Objetivo: Relatar a resolução de dois casos clínicos através do clareamento dentário interno em que os elementos dentais se encontravam com alteração de cor devido a um possível traumatismo dentário. Metodologia: Relato de casos. Pacientes do gênero feminino, com idade de 32 anos e 68 anos, compareceram a Clínica de Odontologia da Universidade de Santa Cruz do Sul com a queixa de alteração de cor dentária. Os dentes já apresentavam tratamento endodôntico, e foi realizada a técnica de clareamento interno mediata, usando-se um gel clareador na cavidade dentária. Previamente ao início da técnica clareadora, realizou-se a comparação de cor do dente a ser tratado com a escala Vita. Foi realizado isolamento absoluto com lençol de borracha no dente a ser realizado a técnica clareadora, para na seguinte sessão realizar a remoção do material restaurador provisório, sendo necessário remover cautelosamente todo o material da cavidade, para não interferir no efeito clareador do gel. Verificou-se o tamanho da coroa clínica e o comprimento no interior da cavidade para confeccionar o tampão biomecânico com cimento restaurador temporário, protegendo a região, com o objetivo de evitar um possível extravasamento do material clareador na junção amelocementária, gerando reabsorções cervicais. A cavidade foi preenchida pelo Claridex Endo, um sistema de clareamento a base de Perborato de Sódio e Peróxido de Hidrogênio a 20%. Para selar, de forma provisória, foi colocada uma fina camada de algodão e cimento de ionômero de vidro. Em cada sessão da troca do material clareador, uma nova restauração provisória com cimento de ionômero de vidro foi confeccionada. Resultados: Foram realizadas três trocas do gel clareador a cada sete dias, seguindo os mesmos métodos citados acima. A técnica clareadora empregada nos dois casos clínicos obteve sucesso, não ocorrendo intercorrência durante os procedimentos. As pacientes ficaram satisfeitas com o resultado estético final alcançado. Conclusão: Nesse método clareador, os cirurgiões-dentistas devem lidar com a expectativa dos pacientes, visto que não há como prever exatamente a coloração final, também há o risco de recidiva da cor e de reabsorções cervicais.

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ISSN 2764-2135