INSTRUMENTAÇÃO MECANIZADA ROTATÓRIA NA ENDODONTIA

João Victor Reis Trindade, Kathleen Elizabeth Zimmer, Adriele Padilha de Almeida, Mauricio Schuster da Silva, Kendra Norma Schaefer, Amanda Olga Müller, César Rusch, Fernanda Regina Bohn, Magda de Sousa Reis, Marcia Helena Wagner

Resumo


Introdução: A partir do século 19, as principais modificações na área da Endodontia foram as limas mecanizadas, viabilizadas através do surgimento da liga de níquel-titânio (NiTi), permitindo tratamentos com maior segurança, limpeza e agilidade em comparação com a instrumentação manual. As limitações das limas de níquel titânio, em decorrência da liga utilizada, são as mudançsa na sua conformaçãos de acordo com a pressão exercida sobre ela e a temperatura local, podendo gerar fratura por fadiga cíclica ou por torção. Objetivos: Entender o processo de fabricação e refinamento das limas rotatórias, seu protocolo de uso e disponibilidade no mercado, observando suas vantagens e limitações. Metodologia: Uma revisão de literatura foi realizada nas principais plataformas científicas (PubMed, SciElo, Portal de Periódicos CAPES) e diversas revistas científicas internacionais e nacionais da endodontia. Resultados: Os instrumentos mecanizados de NiTi são fabricados por meio de fresagem, corte a laser e deformação plástica. A qualidade da superfície das limas de NiTi é obtida por tratamentos que minimizam defeitos superficiais e melhoram as propriedades da liga, como: maior efeito memória de forma e flexibilidade; biocompatibilidade; baixo módulo de elasticidade; alta resistência à fratura e corrosão; e excelente eficiência de corte. Estas propriedades acarretam a diminuição de erros durante o preparo dos canais radiculares (formação de degraus e perfurações), a centralização do preparo do canal, em menor extrusão apical de detritos, em maior taxa de sucesso após o tratamento, entre outros. Por outro lado, os instrumentos mecanizados têm um custo maior e podem não atingir todas as paredes no preparo. Apresentam, também, uma maior frequência de fratura e riscos de perda do comprimento de trabalho e perfuração, pois a velocidade de rotação dos motores requer certa experiência. Estas limitações podem ser superadas mediante o uso da técnica híbrida e de motores com controle de torque, a revisão periódica dos instrumentos e o domínio técnico do seu manuseio. Há ampla variabilidade de instrumentos rotatórios ofertados no mercado. Porém, os mais utilizados ainda são a ProTaper Next (Dentsply Sirona®), a MTwo (VDW®) e a X-file (TDK®). Cada fabricante tem um tratamento de superfície específico e recomenda um protocolo de uso sequencial, que é adaptado conforme cada caso. De uma forma geral, preconiza-se velocidade entre 200 e 300 RPM, torque entre 1 e 5 N/cm, uso de EDTA 17% durante a instrumentação, patência do canal com instrumento manual fino, desgaste compensatório, irrigação e aspiração abundantes. Conclusão: A mecanização rotatória funciona bem, quando bem indicada, apesar de necessitar uma complementação com instrumentação manual. Também, a preocupação pelo risco de fratura e o alto custo dos instrumentos limitam a utilização deste sistema nos consultórios odontológicos. No entanto, as limas rotatórias surgiram para facilitar e melhorar o preparo que as limas manuais não conseguiam atingir.

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ISSN 2764-2135