PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS EM BIOMODELOS SUÍNOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DIDÁTICA INOVADORA NO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNISC
Resumo
Introdução: Biomodelos suínos são utilizados para pesquisas e ensaios de procedimentos clínicos, justificado pela semelhança anátomo-fisiológica do ser humano. A incorporação de uma prática laboratorial em biomodelos suínos no Curso de Odontologia da UNISC, dentro da disciplina de Cirurgia I, é uma didática inovadora, que possibilita aos acadêmicos experimentarem uma melhor preparação cognitiva e manual. Objetivo: Desempenhar práticas cirúrgicas mais aperfeiçoadas e menos iatrogênicas. Metodologia: Para a atividade, utilizou-se a cabeça de um suíno que estava em desenvolvimento, oriunda do Curso de Medicina da UNISC, bem como os instrumentais cirúrgicos próprios dos acadêmicos e recursos imaginológicos da universidade. Resultados: Na simulação clínica com biomodelos, o planejamento cirúrgico, utilizando radiografias periapicais, é indispensável, proporcionando uma noção do sítio a ser trabalhado; cabendo a essa etapa, também, a arquitetura de um retalho, a fim de chegar nos tecidos mais profundos. A biossegurança é um fator imprescindível para operações cirúrgicas, necessitando de um campo estéril que busca atenuar possíveis infecções transoperatórias, sendo que esta é englobada no treinamento para adotar o hábito, realizado com luvas cirúrgicas estéreis, avental cirúrgico estéril, barreiras, gorro, óculos e máscara. Dessa forma, é possível iniciar a técnica para a extração de um dente do suíno. Usando lâminas de bisturi de número 15 encaixadas no cabo de bisturi, o retalho mucoperiosteal é realizado, e com um descolador periosteal, do tipo Molt, é divulsionado. Chega-se, assim, no plano mais profundo, o tecido ósseo, onde é feito uma osteotomia, com uma broca Zecrya acoplada num motor de alta rotação, para expor uma maior porção radicular e facilitar posteriormente a exodontia, bem como a odontosecção com estes mesmos recursos. A odontosecção traz vantagens ao permitir a remoção da estrutura dentária fragmentada, fornecendo menos trauma, com menos riscos de lesar as estruturas adjacentes. Alavancas e fórceps são instrumentos adequados para a total remoção do orgão dental do alvéolo dentário. A finalização do procedimento é dada pelo reposicionamento do retalho mucoperiosteal sobre a estrutura óssea saudável. Com a reposição, é feita a sutura utilizando fio-agulhado Nylon 4-0, pinça porta-agulha e pinça do tipo Adson. Conclusão: Tem-se, como resultante, o aprimoramento das técnicas cirúrgicas que foram possibilitadas pelas condições teciduais encontradas no biomodelo. Essa oportunidade de um treinamento em biomodelos confere ao acadêmico uma segurança clínica maior para o enfrentamento de situações corriqueiras, refletindo positivamente no atendimento dos pacientes da Clínica de Odontologia da UNISC.
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ISSN 2764-2135