FITOTERAPIA ASSOCIADA À ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA POR MICROCORRENTES NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO: ESTUDO DE CASO

Ana Laura Carniel Steil, Camila Dubow

Resumo


Introdução: As lesões por pressão acometem principalmente pacientes que, por algum motivo, tendem a permanecer na mesma posição por um longo período de tempo, como por exemplo, acamados, pessoas com pouca mobilidade, entre outros, causando, assim, atrito entre uma proeminência óssea e um meio externo. Nessa condição, a pele sofre uma agressão física e, consequente, alteração em sua integridade, necessitando iniciar um processo de cicatrização. Uma das formas de auxiliar no processo de cicatrização das lesões por pressão por meio da Fisioterapia, a eletroestimulação por Microcorrentes tem se mostrado útil em casos de lesões já instaladas, que atua favorecendo e acelerando esse processo. Já nas plantas medicinais, os fitoterápicos são utilizadas desde a pré-história para recuperar danos teciduais, e, a partir de resolução deliberada pelo COFITO Nº 380/2010 e portaria do MS Nº 971/2006 autoriza a prática pelo Fisioterapeuta dos atos complementares ao seu exercício profissional. Objetivo: avaliar o processo de cicatrização na associação de plantas medicinais e a estimulação elétrica por Microcorrentes em um paciente com lesão por pressão. Método: trata-se de um estudo exploratório de caso, realizado nos meses de agosto a novembro de 2019, em uma Clínica Escola de Fisioterapia. O indivíduo apresentava lesão por pressão estágio 3 e recebeu tratamento associando a estimulação elétrica por Microcorrentes com os seguintes parâmetros: frequência = 5 Hz, intensidade = 200 µA durante 30 minutos e os biogéis contendo extrato glicólico de babosa, calêndula, confrei ou hamamelis, durante 10 sessões, sendo avaliado o comprimento cefalocaudal e a maior largura perpendicular ao comprimento, profundida e aspectos visuais, registrando em questionário especifico Instrumento de Bates-Jensen Wound Assessment Tool (BWAT), na 1ª sessão e reavaliado na 5ª e na 10ª sessão. Resultados: na avaliação inicial, indivíduo apresentou lesão estágio 3, registrando 38 pontos no questionário BWAT, 72 cm² de área total e 3 cm na maior profundidade, contendo pequena quantidade de exsudato tipo aquoso, pele hipopigmentada e tecido de granulação róseo opaco. Na reavaliação, realizada na 5ª sessão, registrou 31 pontos no BWAT, 70 cm² de área total e 3 cm na maior profundidade, ferida úmida, porém sem evidência de exsudato, com tecido de granulação vermelho vivo brilhante, a pele se manteve hipopigmentada. Na 10ª sessão, foi realizada a avaliação final registrando 29 pontos no BWAT, 56 cm² de área total e 2 cm na maior profundidade, a ferida se manteve úmida, sem evidência de exsudato, com tecido de granulação vermelho brilhante e pele hipopigmentada. Destaca-se que, durante o tratamento, o paciente apresentou quadro de infecção intestinal, dificuldades para ingerir água e manter uma alimentação balanceada, podendo esses fatores terem influenciado no processo de cicatrização da lesão. Conclusões: Os resultados apresentados nesse estudo foram de grande valia para área de conhecimento no tratamento de lesões por pressão, devido aos resultados positivos na cicatrização da lesão por pressão, através de uma abordagem multidisciplinar. Ressaltando novos protocolos de tratamentos da área da saúde para que se possa inovar e proporcionar o melhor aos pacientes. Além de instigar fisioterapeutas a buscar práticas complementares que estiverem relacionadas a saúde do ser humano, ressaltando que essas práticas devem estar regulamentadas pelo Ministério da Saúde por meio de portaria específica.


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ISSN 2764-2135