DESENVOLVIMENTO DE UM BIOPOLÍMERO A BASE DE QUITOSANA E ÓLEO ESSENCIAL DE EUGENIA CARYOPHYLLUS PARA APLICAÇÃO EM CURATIVOS HOSPITALARES
Resumo
Introdução: Na medicina, alternativas têm sido investigadas para minimizar o impacto ambiental dos resíduos gerados na área de saúde, tal como a substituição de polímeros convencionais por polímeros biodegradáveis em curativos hospitalares. A quitosana é um polímero natural, biodegradável, com propriedades antimicrobiana, analgésica e cicatrizante. Pode ser facilmente processada na forma de filmes, géis, nanopartículas e outros. Outro composto natural promissor é o óleo essencial de cravo-da-índia (Eugenia caryophyllus), o qual apresenta propriedades antimicrobiana, analgésica, anti-inflamatória e antioxidante, sendo muito utilizado como um tratamento oral contra doenças infecciosas. Objetivo: desenvolver um biopolímero à base de quitosana e óleo essencial de cravo-da-índia para aplicação em curativos hospitalares. Metodologia: para o desenvolvimento do filme, soluções foram preparadas utilizando 1,5 e 1,75 g de quitosana em 100 mL de solução de ácido acético (1% v/v), deixando sob agitação por 24 h. Após, foi adicionado glicerol (0,5% v/v) e Tween 80 (0,5% v/v), seguido de 30 min. de agitação. A esta solução foi adicionada quantidades de 2,0% (v/v) de óleo essencial de cravo-da-índia (WNF®; lote 03053/20), extraído das folhas, deixando sob agitação por 45 minutos. As amostras foram divididas da seguinte maneira: (1) quitosana pura, (2) quitosana + Tween 80; (3) quitosana + óleo essencial. As soluções foram espalhadas em placas de Petry (15 g) e submetidas à secagem em estufa (35°C por 72 h) com circulação de ar forçada. Depois de secos, os filmes passaram por uma análise visual e tátil para verificar a sua homogeneidade, coloração e textura. Após, a amostra de quitosana pura foi caracterizada por espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (Perkin Elmer®, modelo Spectrum 400) no modo ATR. Resultados: os filmes produzidos com quitosana eram transparentes e apresentaram textura plastificada, sendo que a formulação contendo 1,75 % de quitosana apresentou maior resistência quando tensionada manualmente. Com a adição do tensoativo, os filmes ficaram mais maleáveis/flexíveis e suaves ao toque. Os filmes contendo quitosana/tensoativo/óleo essencial de cravo-da-índia, adquiriram uma textura áspera, com um odor característico do óleo essencial e continuaram transparentes. Referente a análise do infravermelho, observou-se agrupamento de quitosana OH- na faixa 3400-3200cm-1, NH2- na faixa 3400-3200 cm-1, CH- na faixa 2920-2800cm-1, C-O-C - na faixa 1150-1130cm-1 e NH2- na faixa 1590-1550 cm-1. Conclusão: foi possível desenvolver biopolímeros com duas concentrações diferentes de quitosana associadas ao óleo essencial de cravo-da-índia. Como perspectivas futuras, tem-se o ajuste da concentração do óleo essencial para minimizar o aspecto áspero da membrana desenvolvida, a caracterização das membranas associadas ao óleo essencial e testar a atividade antimicrobiana.
Apoio: O presente trabalho foi realizado com apoio da CAPES - Código de Financiamento 001.
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ISSN 2764-2135