USO DE ANTIBIÓTICOS NO TRATAMENTO DE INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS

Michele Altermann Platen, Bruna Feron, Wesley Krabbe, Kathleen Elizabeth Zimmer, Marcelo Carneiro, Ronise Ferreira Dotto, Márcia Helena Wagner, Magda de Sousa Reis

Resumo


Introdução: Casos de infecções dentárias, sempre que possível, devem ser tratadas sem o uso de antibióticos, limitando sua administração aos casos mais graves e quando ocorrer comprometimento sistêmico, como febre, adenopatias e prostração. Em caso de infecção local, o primeiro passo é a realização de conduta clínica que atenue o processo infeccioso (drenagem por exemplo) e, caso necessário, realiza-se a administração do antibiótico. Objetivo: ressaltar os quadros clínicos necessários de uso de antibioticoterapia para tratamentos de infecções odontogênicas em pacientes pediátricos e quais os antibióticos de escolha e suas respectivas dosagens. Metodologia: realizou-se uma revisão da literatura atual em base de dados científicas e livros textos da área específica. Resultados: a literatura recomenda-se fortemente a prudência e o uso muito criterioso de antibióticos em pacientes infantis, a fim de diminuir o risco de desenvolvimento de cepas bacterianas resistentes. Os antimicrobianos usados em Odontopediatria devem apresentar espectro compatível com os principais microrganismos envolvidos nas infecções odontogênicas. O antimicrobiano deve ser iniciado o mais precocemente possível. Seu uso deve ficar limitado ao período de cinco dias após a resolução de sinais e sintomas, totalizando, em geral, sete dias. Alguns critérios devem ser levados em consideração quanto ao uso de antibioticoterapia em pacientes pediátricos, tais como: na presença de edema facial agudo secundário de infecção dentária, a criança deve receber tratamento odontológico imediato associado à prescrição de antibiótico; em pediatria, muitas vezes o sistema imunitário é incapaz de controlar o crescimento de patógenos de algumas doenças periodontais e, em alguns casos, o tratamento pode envolver a terapia antibiótica; no reimplante de dentes permanentes avulsionados, a antibioticoterapia é imprescindível; bem como, profilaticamente, em casos selecionados. As classes de antibióticos recomendadas aos pacientes pediátricos são as Penicilinas/Beta-Lactâmicos tendo como exemplo a Amoxicilina, as Lincosaminas, tendo como exemplo a Clindamicina, e os Macrolídeos, como exemplo a Eritromicina. O Antibiótico de escolha, para quase todas infecções odontogênicas, é o grupo das Penicilinas, essas são bactericidas -inibem a síntese da parede celular bacteriana, atuando contra anaeróbicos e estreptococos e apresentam baixo custo. A amoxicilina é a mais utilizada apresentando uma dose pediátrica de 20 ? 50 mg/kg/dia dividida 3 doses, podendo ser administrada com alimentos. Conclusão: recomenda-se o uso controlado e uma indicação somente quando necessário para o uso de antibióticos em pacientes pediátricos, reservando a sua administração aos casos mais graves e com envolvimento sistêmico, concomitante ao acompanhamento do quadro evolutivo. As penicilinas são os antibióticos de primeira escolha na Odontopediatria, por sua adequada atividade contra os principais microrganismos patogênicos orais, por oferecer segurança na administração e ter larga experiência clínica.

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ISSN 2764-2135