SECAGEM POR SPRAY-DRYING DE CELULASES PRODUZIDAS POR BACILLUS SUBTILIS EM CULTIVO EM FASE LÍQUIDA

João Antônio Altmeyer Júnior, Joyce Cristina Gonçalvez Roth, Lisianne Brittes Benitez, Rosana de Cássia de Souza Schneider

Resumo


Secagem por spray-drying de celulases produzidas por Bacillus subtilis em cultivo em fase líquida

Devido à necessidade de obtenção de novas fontes de recursos energéticos bem como a procura de maneiras mais sustentáveis para a realização de processos químicos, faz-se necessário o desenvolvimento de biotecnologias. A utilização de enzimas é uma forma ecologicamente correta, em muitos casos mais viável perante à utilização de catalisadores químicos ou sistemas físicos que utilizam mais energia. A produção de enzimas microbianas é considerada um bioprocesso com um produto de alto valor agregado, tendo em vista seu ganho energético, econômico e seletividade nos processos industriais. O foco da pesquisa é a produção de celulases bacterianas, um complexo enzimático que converte material lignocelulósico em glicose, atuando especificamente sobre a celulose. Essa etapa do estudo tem como objetivo avaliar o efeito da secagem por spray dryer sobre a atividade de celulases produzidas por Bacillus em cultivo em fase líquida. A bactéria foi selecionada por apresentar características termofílicas, por apresentar as condições de cultivo para crescimento e produção de celulases previamente otimizadas pelo grupo de pesquisa. Para preparo do inóculo, o micro-organismo foi cultivado em meio caldo cérebro-coração a 35ºC, 150 rpm, por 10-12 h até atingir a absorbância entre 0,9 e 1. Para o processo fermentativo foi utilizado como substrato o resíduo pó de tabaco (55 g L-1), 8% do inóculo, 4% de Tween 80, incubação a 70ºC, 180 rpm durante 48 h. A atividade de celulase total (FPAase) foi medida para o caldo recém produzido e consistiu na hidrólise de tiras de papel Whatman nº 1 (1 cm x 6 cm) enrolada em formato espiral disposta dentro de tubos de ensaio de 9 cm contendo em cada tudo 1 mL de solução tampão citrato de sódio 0,05 mol L-1 pH 4,8, seguida pela adição de 0,5 mL do caldo enzimático, mantidos em banho-maria 50°C por 60 min. Aos tubos, foram adicionados 3 mL do reagente DNS para interromper a reação, logo submetida ao aquecimento em banho-maria 100 °C durante 5 min, e leitura em espectrofotômetro a 540 nm. No planejamento experimental houve ampla variação da produção da enzima, com resultados de 1,89 até 3,4914 UI mL-1 para FPase, o que reforça a importância do controle das variáveis empregadas no processo fermentativo. A próxima etapa do trabalho pretende medir e comparar a atividade de FPase após a secagem da suspensão enzimática. Os ensaios para a otimização da condição ideal de secagem serão realizados num equipamento spray dryer MSD 0,5 (Labmaq do Brasil). A variação das condições de operação do equipamento é de suma importância para uma secagem eficiente, além do pré-preparo da amostra a ser submetida ao processo. A partir da obtenção do extrato seco serão realizadas as análises para verificar a retenção da atividade enzimática. Entende-se que, mesmo que possa ocorrer uma pequena variação na atividade da enzima testada, a secagem por atomização é um caminho interessante para a redução do volume e armazenamento do extrato enzimático.


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ISSN 2764-2135