ASPECTOS PSICONEUROBIOLÓGICOS DAS EMOÇÕES: PSICOPATOLOGIAS E OCAMPO DA MENTIRA

Helena Favarini Kuhn, Clóvis Gomes Panta, Silvio Jose Lemos Vasconcellos

Resumo


Nas últimas décadas, o questionamento acerca da neurobiologia que cerceia a área das emoções, com foco no campo na simulação, tem se tornado um eixo muito importante para o melhor entendimento das psicopatologias. O trabalho aqui exposto concerne a um recorte de um tópico da disciplina de Avaliação Psicológica, que tem por objetivo ilustrar os principais componentes das funções mentais superiores e seu impacto no convívio social, tal como na neurofisiologia da mentira. Para atingir tal intento, o presente estudo valeu-se de uma revisão narrativa e teve como critério de exclusão para os artigos acessados a relevância dada aos campos da Psicologia Forense e da Neuropsicologia, os quais tratam diretamente dos processos mentais à medida que analisam o delineamento de perfis comportamentais. Como parte do método, contou-se, além da revisão da literatura, com o foco nos marcadores ?mentira? e ?comportamento?, nos quais foram coletados os resultados sobre a abordagem des pesquisas mais recentes da fisiologia do processo típico de mentir e sua diferenciação da sua versão patológica. A partir dos estudos, na discussão delineada elucida-se que, por meio de resultados observacionais de Tomografia de Emissão de Pósitrons(PET), há um fortalecimento da rede neuronal prevalente às regiões do córtex pré-frontal, que abrangem as Funções Executivas no ato dissimulativo de indivíduos típicos. Além disso, constatou-se conjuntamente o estímulo de áreas associadas ao Sistema Límbico, que tratam do comportamento socioemocional do indivíduo que, ao simular, demonstra aspectos como ansiedade e culpa diante da empatia para com os demais envolvidos. Quanto a diferenciação comportamental observada no mentiroso patológico, realizada a partir de indivíduos com Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA), foi visualizada na técnica de ressonância magnética funcional (fMRI) que esses apresentam conexões neurais mais fracas entre o córtex pré-frontal ventromedial e a amígdala. Diante dessa análise neurobiológica, os trabalhos revisados sugerem que há menor percepção social da variante de empatia e de culpabilidade, visto que esses fatores estão inter-relacionados ao sistema límbico e às funções executivas, como citado anteriormente, o que diminui a condição ansiogênica para atípicos. A abordagem científica trazida pelos artigos acerca das divergências entre o funcionamento neurológico típico e do psicopatológico, além de construir um amplo campo de pesquisa também impulsiona a investigação para o tratamento de fenômenos psíquicos negativos. Logo, frente ao que foi exposto referente aos aspectos psiconeurobiológicos das emoções e sua relação com o fenômeno social da mentira, amparado por um embasamento evidenciado, tem-se como essencial a construção desse saber técnico e profissionalizante previsto na disciplina, estruturado e sustentado por bases cognitivas. Dessa forma, denota-se o impacto social dessas conceitualizações diante pacientes e profissionais da saúde a partir da revisão elaborada. Além do mais, essa análise cumpre com o propósito final de contribuir com quem possui contato direto ou indireto com o assunto em questão, transformando suas práticas à medida que há o aprimoramento científico.

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ISSN 2764-2135