AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA AO PACIENTE PARAPLÉGICO NO ESTÁGIO AMBULATORIAL: RELATO DE CASO

Ricardo Rosa, Paula Bianchetti, Angela Cristina Ferreira da Silva

Resumo


Introdução: Lesões na medula espinhal podem causar perda total ou parcial de movimentos e sensibilidade em áreas localizados abaixo do nível da lesão. A etiologia pode ser traumática como: acidentes, quedas, ferimentos por arma de fogo ou branca e as não traumáticas: tumores, infecções, alterações vasculares, deformidades, degenerações ou compressões. No Brasil estima-se a cada ano 10 mil novos casos de lesão medular, sendo 80% destes homens e destes 65% com idade até 30 anos. Como possíveis sequelas podemos citar paralisia ou paresia de membros, alteração de tônus muscular, alteração de reflexos superficiais e profundos, alteração ou perda de sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa, perda de controle esfincteriano, disfunção sexual e alterações autonômicas. Objetivo: Descrever o caso de um paciente com lesão medular completa avaliado no Estágio Supervisionado Ambulatorial do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul. Metodologia: Relato de caso individual. A partir do encaminhamento médico para tratamento fisioterapêutico, o paciente foi atendido no estágio onde realizou-se: anamnese: dados de identificação, queixa principal, história da doença atual, história da doença pregressa e familiar, tratamentos anteriores, medicamentos, hábitos de vida, análise de exames apresentados, inspeção, palpação e testes específicos como de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa, escala visual analógica de dor (EVA), cacifo, IMC, clônus, index-index, index-nariz, index-index avaliador, cirtometria, teste de expansibilidade torácica, força muscular de Oxford em membros superiores e aplicação de questionário medida de independência funcional MIF. Resultados: Paciente é J.L.F., masculino, 62 anos, agricultor, com diagnóstico de lesão medular completa em T7 desde março de 2021 por arma de fogo, apresentando como queixa principal dor na região dorsal sem local específico. Verificou-se na avaliação: nível de independência funcional baixo; necessidade de tratamento para estimular a cicatrização das lesões por pressão adquiridas durante a internação; padrão respiratório misto, porém rígido, redução da expansibilidade torácica, restrição do controle de tronco, presença de encurtamentos e contraturas em membros inferiores, limitação da amplitude de movimento (ADM) em membros inferiores e superiores, diminuição da força/funcionalidade de membros superiores. Conclusão: A avaliação fisioterapêutica direcionada ao quadro apresentado e ao mesmo tempo ampliada no sentido de buscar aspectos físicos associados à funcionalidade, é fundamental para projetar objetivos e condutas focados, execução da técnica com competência e ainda, vislumbrar o tratamento interventivo com vistas a minimizar os efeitos da patologia. As consequências desta leitura atenta do paciente são o desenvolvimento e a potencialização dos aspectos remanescentes da patologia, minimização das sequelas bem como proporcionar qualidade de vida ao paciente em especial quando o resultado da independência funcional é baixo.

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ISSN 2764-2135