COMPARAÇÃO DO USO DA MÁSCARA DE MERGULHO ADAPTADA E MÁSCARA OROFACIAL CONVENCIONAL PARA VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA DE PACIENTES COM COVID-19 QUANTO A SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE OXIGÊNIO E PAR METROS CLÍNICOS DE DISPNEIA
Resumo
Introdução: A ventilação não invasiva (VNI) se refere a instituição da ventilação sem uso de uma prótese traqueal e tem sido utilizada nos casos de insuficiência respiratória aguda (IRA) para promover maior troca gasosa. A Covid-19 pode ocasionar dano pulmonar com desoxigenação, sendo relevante a medida da saturação periférica de oxigênio (SpO2), que é largamente utilizada como um marcador do estado de oxigenação. As máscaras de VNI podem determinar mudanças na oxigenação e sucesso da terapêutica. Objetivo: Comparar o comportamento da SpO2 e dos parâmetros clínicos da dispneia [taquipneia, musculatura acessória, tiragens, batimentos de asa de nariz (BAN) e padrão respiratório superficial] em pacientes com Covid-19 submetidos à VNI com máscara de mergulho adaptada e com a máscara orofacial convencional. Métodos: Estudo multicêntrico e transversal, braço temático de ensaio clínico (CONEP 41316620.1.0000.5343), que avaliou 85 pacientes admitidos na emergência e na Unidade de Terapia Intensiva de hospitais do Nordeste e do Sul do Brasil. Os pacientes com Covid-19 e com sinais clínicos de IRA foram submetidos à VNI com máscara Owner (Grupo VNI Owner, n= 49) ou com máscara orofacial convencional (Grupo VNI orofacial, n= 36). A VNI foi instituída em modo CPAP ou BiPAP com níveis de pressão positiva de até 10 cmH2O, com o objetivo de manter a SpO2=93%, FiO2=50% e FR< 24 irpm. Dados expressos em média e desvio padrão e em frequência absoluta e relativa. O teste t Student pareado comparou as variáveis obtidas antes e depois da VNI (p<0,05). Resultados: A maior parte dos pacientes do Grupo VNI Owner (n=32, 65,3%) e Grupo VNI orofacial eram homens (n= 22, 61,1%). A média de idade entre os grupos foi de 58,9±15,97 e 58,3±13,05 anos e IMC de 25,26±4,74 e 24,4±4,01 Kg/m2, respectivamente. Diabetes mellitus (n=13, 30,6%) e obesidade (n=12, 24,5% e n=13, 36,1%) foram as comorbidades n=19, 38,8% e n=17, 47,7%), hipertensão arterial sistêmica (n=19, 38,8%) e mais frequentes entre os grupos. Ao final da VNI, houve melhora da SpO2 no Grupo VNI Owner (90,16 para 96,70%, p<0,0001) e no Grupo VNI orofacial (90,47 para 97%, p<0,0001). Em relação aos sinais da dispneia para o grupo VNI Owner foi observada queda da taquipneia em 59,2% da amostra (n=29), uso de musculatura acessória 69,4% (n=34), presença de tiragens em (83,7% (n= 41) e BAN em 53,1% (n= 26). Para o Grupo VNI orofacial, ao final da VNI houve queda da taquipneia 55,6% da amostra (= 20), uso de musculatura acessória em 55,6% (n= 20), presença de tiragens em 83,3% (n=30) e BAN em 47,2% (n=17). Conclusão: A máscara Owner foi tão eficaz quanto a máscara orofacial convencional em possibilitar adequada adaptação à VNI e ocasionar incremento na oxigenação e redução do trabalho muscular respiratório.
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ISSN 2764-2135