PACIENTE DPOC E SOBREVIVENTE DA COVID-19: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE REABILITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Eduardo Jungblut Kniphoff, Geovana Coan, Mariana Gassen da Silva, Evelin Wagner, Elisabete Antunes San Martin, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


INTRODUÇÃO: A COVID-19 é uma doença desencadeada por uma ligação do vírus SARS-COV-2 na enzima conversora de angiotensina 2, que é aumentada no trato respiratório inferior de pacientes com diagnóstico de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A COVID-19 causa diversos sintomas como fadiga, dispneia, taquicardia, perda muscular e redução da capacidade funcional, que associada a DPOC predispõe ao aumento dos fatores de risco para complicações clínicas e resultados piores da infecção. O Laboratório de Reabilitação Cardiorrespiratória (LARECARE), baseado em exercícios físicos, desempenha um papel fundamental durante o período de recuperação em sobreviventes de COVID-19 com história prévia de DPOC, visando melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida desses indivíduos, mostrando-se segura, viável e eficaz. OBJETIVO: Apresentar o caso de um paciente DPOC sobrevivente da COVID-19 e submetido a Reabilitação Cardiorrespiratória (RCP). MÉTODOS: Relato de experiência realizado no LARECARE no período de maio a agosto de 2021. O paciente realizou avaliação fisioterapêutica multidimensional para análise da situação clínica e capacidade funcional com os testes: timed get up and go (TUG), teste sentar-levantar (TSL), teste do degrau de 6 minutos (TD6min), teste de velocidade de marcha (TVM) e força de preensão palmar (FPP). Após, o paciente recebeu 20 sessões de RCP (2 x/ semana; duração de 50 minutos) supervisionadas [comportamento dos sinais vitais (pressão arterial, saturação periférica de oxigênio (SpO2), frequência cardíaca, frequência respiratória) e Escalas de Dispneia (dBORG) e Esforço Percebido de BORG (eBORG)]. A RCP foi constituída de exercícios respiratórios e força com cargas individualizadas, focando em movimentos funcionais para o paciente e, também, foi realizado treinamento aeróbio em bicicleta ergométrica e esteira. Ao final das 20 sessões o paciente foi reavaliado. RESULTADOS: Paciente do sexo masculino, com 61 anos, com diagnóstico de comorbidades associada: DPOC, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Dislipidemia, Diabetes Mellitus (DM), apresentou na avaliação inicial: TUG (16,72 segundos) baixo risco para quedas, TSL (10 repetições) comprometimento severo da força muscular de membros inferiores e da capacidade física, TD6min (37 degraus), TVM (12 segundos) fraco desempenho físico, FPP (D= 75,87%pred; E= 59,74%pred) fraqueza muscular. O exercício aeróbio inicialmente não foi realizado devido a condição clínica do paciente, somente após 12 sessões o mesmo foi introduzido de forma intervalada em cicloergômetro por 9 minutos, intervalando em 1 minuto e meio. Na reavaliação, foram encontrados os seguintes resultados: TUG (8,12 segundos) baixo risco para quedas, TSL (16 repetições), apresentando melhora da força muscular de membros inferiores e da capacidade física, TD6min (128 degraus), TVM (4,65 segundos) bom desempenho físico, FPP (D= 92,30%pred; E= 85,88%pred) sem fraqueza muscular. No treino aeróbio, o paciente foi capaz de pedalar por 16 minutos a uma carga de 20 watts, além de caminhar em esteira por 20 minutos contínuos a uma velocidade de 2,5 km/h. CONCLUSÃO: O atendimento personalizado e individualizado para esse paciente foi de grande importância para a recuperação do mesmo, onde obteve-se melhora nos níveis de capacidade funcional para realização das suas atividades de vida diária, contribuindo para melhorar a sua qualidade de vida.


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ISSN 2764-2135