ASSOCIAÇÃO ENTRE NÍVEIS ELEVADOS DE ALANINA AMINOTRANSFERASE E ALTERAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM ADOLESCENTES: O PAPEL DA OBESIDADE ABDOMINAL

Nathalia de Oliveira Abi, Bruna Duz, Cézane Priscila Reuter, Jane Dagmar Pollo Renner, Ana Paula Sehn, Marília Dornelles Bastos, Analídia Rodolpho Petry

Resumo


ASSOCIAÇÃO ENTRE NÍVEIS ELEVADOS DE ALANINA AMINOTRANSFERASE E ALTERAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM ADOLESCENTES: o papel da obesidade abdominal 

 

Introdução: A enzima alanina aminotransferase (ALT) é um importante biomarcador da função hepática e está associada com alterações cardiometabólicas. No entanto, ainda são escassos os estudos com adolescentes brasileiros. Objetivo: O presente estudo objetivou avaliar a associação entre níveis elevados da enzima hepática ALT com a presença de alteração na pressão arterial em adolescentes, de acordo com a presença ou não de obesidade abdominal. Método: O presente estudo transversal contou com uma amostra de 978 adolescentes, com idades entre 10 e 17 anos (560 do sexo feminino), que estudam em escolas da rede pública (estadual e municipal) e privada de Santa Cruz do Sul, RS. O estudo faz parte de uma pesquisa mais ampla, desenvolvida entre os anos de 2014 e 2015, denominada “Saúde dos Escolares”, a qual foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade de Santa Cruz do Sul sob parecer nº 714.216/14. A enzima hepática ALT foi avaliada por meio de amostra de soro, em equipamento automatizado. Os valores contínuos foram categorizados e foi considerado como risco ALT >35 U/L. Para a pressão arterial alterada foram considerados os casos limítrofes e hipertensão, para pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), conforme classificação estabelecida para sexo, idade e estatura, conforme protocolo estabelecido pelas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 (Barroso et al., 2021). A circunferência da cintura foi utilizada para classificação do adolescente com a presença de obesidade abdominal, considerando percentil 80 para sexo e idade. Para a análise estatística, foram utilizados dados descritivos (frequências absolutas e relativas), bem como a regressão de Poisson para avaliar a associação entre níveis elevados de ALT (variável independente) e a presença de alteração na PAS e PAD (variáveis dependentes), de acordo com a presença ou não de obesidade abdominal. Para ajuste dos modelos foram incluídas variáveis de confusão (sexo e estágio maturacional). Os valores obtidos foram expressos em razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança para 95% (IC95%). Resultados: A presença de valores aumentados de ALT foi evidenciada em 3,9% dos adolescentes; 22,6% e 17,4% apresentaram alteração na PAS e PAD, respectivamente. Adolescentes com níveis elevados de ALT apresentam maior prevalência de alteração da PAS (RP: 1,25; IC95%: 1,08-1,44) e na PAD (RP: 1,22; IC95%: 1,03-1,44), mas apenas na presença de obesidade abdominal. Conclusão: a associação entre níveis elevados de ALT e alteração na pressão arterial é dependente da obesidade abdominal em adolescentes, demonstrando que esta é uma variável importante, a qual deve ser avaliada e controlada desde cedo para evitar futuros problemas cardiovasculares. 

 

Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):516-658.

 

 


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ISSN 2764-2135