DIAGNÓSTICO DE GASTRITE LINFOPLASMOCÍTICA EM CANINO POR BIÓPSIA ENDOSCÓPICA: RELATO DE CASO
Resumo
Resumo
Introdução: A gastrite crônica linfoplasmocítica pode ter caráter imune e/ou ter origem em reação inflamatória. Aparenta ser menos frequente em cães do que em gatos e pode ou não estar associada à enterite crônica. Os sinais clínicos mais comuns são hiporexia e vômitos. O ultrassom algumas vezes revela espessamento da mucosa, mas o diagnóstico definitivo requer biópsia da mucosa gástrica. A biopsia por endoscopia costuma ser a opção com melhor custo-benefício. As amostras obtidas por endoscopia tendem a se limitar à mucosa e submucosa adjacente, porém são tipicamente adequadas ao diagnóstico em mais de 90% dos pacientes com doença infiltrativa gástrica ou duodenal (neoplasia, doença inflamatória intestinal). A enfermidade pode responder à terapia alimentar isoladamente. Quando tal terapia isolada é inadequada, os corticosteroides podem ser usados concomitantemente. Ademais, o uso da dieta pode ser um adjuvante no sentido de permitir a administração de dose de glicocorticoides substancialmente mais baixas, evitando-se os efeitos colaterais da medicação. Em casos raros outras drogas imunossupressoras podem ser necessárias. O uso concomitante de antagonistas do receptor H2 ou inibidores da bomba de prótons pode ser benéfico. O prognóstico é frequentemente bom com a terapia adequada. Objetivo: Apresentar relato de caso de canino com diagnóstico de gastrite linfoplasmocítica por biópsia endoscópica. Metodologia: Trata-se de uma cadela, Shih Tzu, 11 anos de idade, atendida no hospital veterinário da Universidade Federal de Santa Maria. A tutora relatou dores articulares nos membros torácicos, otite crônica e nódulo no lábio inferior. Não apresentava sinais clínicos referentes a alterações do trato gastrointestinal. Como o animal nunca havia sido submetido a um check-up, a médica veterinária solicitou a realização de exames de rotina para a análise do quadro geral da paciente: hemograma, bioquímicos, urinálise, citologia das orelhas e ultrassonografia abdominal. Principais resultados: A ultrassonografia revelou aumento de espessura de fundo gástrico com estratificação parcialmente perdida, bem como espessamento de antro-piloro com maior evidência da camada muscular. Recomendou-se a realização de endoscopia e biópsia. Na histopatologia se observou gastrite linfoplasmocítica leve a moderada em antro, leve em corpo, moderada a acentuada em fundo. Todas as áreas analisadas no estômago apresentavam algum grau de fibrose. Na análise de duodeno, constatou-se enterite linfoplasmocítica moderada multifocal. As lesões gástricas descritas são compatíveis com o diagnóstico de gastrite crônica. Conclusões: Ainda que sem sinais clínicos aparentes a gastrite pode estar presente. A biopsia endoscópica foi eficiente para o diagnóstico da enfermidade no presente caso. Devido à idade da paciente e à ausência dos sinais clínicos, a decisão foi por mantê-la em observação. Após a realização da endoscopia foi instituído como terapia a adoção de dieta gastrointestinal e Gaviz 10mg SID por 10 dias. Aguarda-se retorno da paciente para tratar sobre a evolução do caso.
Palavras-chave: gastrite linfoplasmocítica; estômago; endoscopia.
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ISSN 2764-2135