O IMPACTO DA PANDEMIA NA ROTINA DO SETOR DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DO HVU-UFSM

Camila Lie Yamauchi, Franciéli Malmann Pozzobon, Rainer da Silva Reinstein, Nathalia Roberta Dias dos Santos, Nathalia Boeira Coghetto, Érika Carla Smilgys, Ricardo Pozzobon, Marcus Antonio Rossi Feliciano

Resumo


No fim de 2019, no distrito de Wuhan, na China, foi identificada uma nova cepa do coronavírus, o SARS-COV-2, ou Covid-19, que rapidamente se espalhou por todo o mundo se tornando uma pandemia. Dentre as drásticas medidas de isolamento que foram necessárias para frear o avanço do vírus, em 16 de março de 2020 a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) declarou a suspensão de todas as atividades acadêmicas e administrativas presenciais. A partir da mesma data, o Hospital Veterinário Universitário (HVU-UFSM) passou a atender somente os casos de emergência e urgência, suspendendo a marcação de consultas, exames de rotina e cirurgias eletivas. O Setor de Diagnóstico por Imagem do HVU-UFSM conta com dois aparelhos de raio-x e um de ultrassonografia. A equipe é formada por quatro residentes, dois professores, dois veterinários concursados, dois técnicos em radiologia e estagiários. Durante a pandemia, os estagiários foram dispensados e os demais passaram a trabalhar em escala, a fim de evitar aglomeração e consequente disseminação do vírus. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é quantificar o impacto causado pela pandemia na rotina do setor. Os dados utilizados foram obtidos dos próprios registros do setor, armazenados na plataforma Animati, realizando-se a organização e comparação dos dados de 2020 com o ano anterior. Em 2019, foram registrados 2086 exames de ultrassom, enquanto no ano seguinte esses números caíram para 1506. Quanto aos exames de raio-x, foram registrados 1506 no primeiro ano e 1440 no segundo. De maneira geral, houve uma queda de 27,80% e 35,66% nos exames de ultrassom e raio-x, respectivamente. Ao levar em consideração apenas o período de 16 de março a 31 de dezembro, de ambos os anos, pode-se obter dados mais fidedignos para comparação, visto que dessa forma se considera apenas o período em que houveram as medidas de isolamento. Dessa forma, observou-se a queda de 38,55% nos exames de ultrassom e 41,79% dos de raio-x. A maior discrepância foi no início da pandemia, em abril, com uma redução de 64,61% de exames de ultrassom e 70,53% de raio-x. Através dos dados apresentados, conclui-se que houve uma queda abrupta no atendimento do Setor de Diagnóstico por Imagem do HVU-UFSM a partir do fim de março de 2020, causada pelas medidas de controle do SARS-COV-2.  Vale ressaltar que o ultrassom e raio-x são considerados exames não invasivos que permitem a avaliação da integridade e arquitetura dos órgãos, bem como a identificação da presença de corpo estranho, ar ou líquido livre, sendo bastante utilizados também em casos de urgência e emergência, o que justifica seu uso mesmo com as restrições aplicadas.


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ISSN 2764-2135