INTEGRANDO CONCEITOS, ENTREVISTAS E PRÁTICAS RELATIVAS À INSERÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NAS ORGANIZAÇÕES DE TRABALHO.

Luciana Andréa Weimar Dutra, Suélen Ferreira, Giovanna Carvalho Bittencourt, Bianca Carolina Züge, Marcus Vinícius Castro Witczak

Resumo


Faz-se aqui o relato dos dados sistematizados ao longo do desenvolvimento do projeto de pesquisa “Inovação, criatividade e reabilitação física: a construção de novas possibilidades para a inclusão de pessoas reabilitadas nas organizações de trabalho” (janeiro/2019 - dezembro/2021). O objetivo é constituir processos inovadores baseados nas tecnologias de informação para inclusão de pessoas reabilitadas nas organizações de trabalho, a partir de três perspectivas: individual, organizacional e social. De forma transversal, compreender como os processos para a inclusão de pessoas com deficiências podem se beneficiar dos recursos oferecidos pelas tecnologias de informação associadas a processos criativos e inovadores. Individualmente, a amputação deixa ao sujeito necessidade de elaboração do luto, de novos processos identificatórios e de atuação social. A reconstrução do projeto de vida profissional vincula-se diretamente ao acesso às informações e à preparação para a reinserção, seja no retorno a mesma ou outra atividade laborativa. Na dimensão organizacional, as empresas devem cumprir a obrigatoriedade da contratação de PCDs delimitada pela Lei nº 8.213 de 24/07/1991. No campo social é imprescindível à discussão sobre a inclusão de PCDs no mercado de trabalho (reinserção/requalificação profissional) conforme a Lei nº 13.146 de 06/06/2015 que destaca: é vedada a restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação em razão de sua condição (recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional). Utilizou-se a metodologia do Design Thinking pois permite diferentes ferramentas, abordagens criativas e soluções inovadoras. O desenvolvimento desta deu-se em três momentos: 1º- Revisão bibliográfica sistemática de artigos científicos indexados e compilação através do software SciMAT, publicados entre 2014 e 2020, com a construção de redes semânticas, clusterização e mapeamento. As correlações encontradas apontam para uma produção científica fecunda, com raras conexões diretas entre todos os campos pesquisados. Isto porque, centra-se nas dificuldades sociais dos processos de inclusão mais do que na discussão de experiências organizacionais exitosas; 2º- Entrevistas com pessoas reabilitadas e gestores de recursos humanos forneceram dados para a delimitação das necessidades de ambos os grupos frente a estes processos. De acordo com os relatos dos reabilitados, pode-se verificar questões relacionadas à esperança de retornar à atuação profissional, a criação de possibilidades de reinserção, do significado e lugar do trabalho em suas vidas. Grande parte destes sonha em voltar às suas atividades profissionais prévias à amputação, mas poucos constituíram novos projetos de vida (destacando sempre as impossibilidades que tal condição física trouxe-lhes). Dos gestores percebe-se uma grande dificuldade para atrair, selecionar e manter os PCDs integrados às equipes e mesmo, na constituição de um projeto de vida pessoal e profissional destes. Ainda salientam que as empresas em que atuam, tanto por força de Lei, como pela relevância social, esforçam-se para diminuir empecilhos e facilitar tais processos. Assim, evidencia-se que este é um campo de amplo e necessário debate para a inclusão de pessoas com deficiência nas organizações de trabalho possam superar os atuais impasses e a busca por soluções criativas e inovadoras pavimente este caminho.



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ISSN 2764-2135