PERIODONTITE NECROSANTE NA CLÍNICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Jenniffer Scapini Paludo, Maile Maísa Langbecker, Michele Inês Baierle, Ricardo Sartori, Martina Fiegenbaum Wingert

Resumo


INTRODUÇÃO: A periodontite necrosante (PN), anteriormente denominada periodontite ulcerativa necrosante (PUN), é um processo inflamatório destrutivo caracterizado pela necrose dos tecidos moles, destruição periodontal rápida e perda óssea interproximal. A PN é considerada uma doença rara, que normalmente ocorre em jovens de faixa etária entre 18 e 30 anos, que tem a imunossupressão como fator predisponente, sendo mais prevalente em indivíduos com comprometimentos sistêmicos ou desnutridos. 

OBJETIVO: Esclarecer as características clínicas da doença periodontal necrosante, assim como seu diagnóstico e tratamento.

METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura baseada em artigos publicados a partir de 2013, nos idiomas português e inglês. A busca dos artigos foi realizada através das bases de dados: Portal de Periódicos da CAPES, SCIELO e PubMed a partir dos descritores em português e inglês: Doença periodontal necrosante (Necrotizing periodontal disease); Periodontite ulcerativa necrosante (Necrotizing ulcerative periodontitis); Periodontite necrosante (Necrotizing periodontitis). 

PRINCIPAIS RESULTADOS: A PN é diagnosticada principalmente por meio de achados clínicos, sendo os mais frequentes: necrose e úlcera na papila interdental, sangramento gengival, dor, formação de pseudomembrana, halitose e destruição óssea. Os pacientes frequentemente apresentam também sinais sistêmicos, como febre, mal-estar, adenopatia ou desidratação. O tratamento consiste no desbridamento mecânico profissional regular das lesões e o uso de antissépticos tópicos. Alguns autores indicam o enxágue bucal com gluconato de clorexidina a 0,2% duas vezes ao dia, já outros recomendam o uso de peróxido de hidrogênio a 3% diluído 1:1 em água morna. Pode ser usado também algodão ou uma compressa estéril embebida em solução antisséptica para remover a pseudomembrana. Em caso de comprometimento sistêmico ou de pacientes imunocomprometidos, recomenda-se o uso de antibiótico. Os antimicrobianos mais indicados são o metronidazol e a amoxicilina, administrados por 7 dias consecutivos. Os resultados do tratamento devem ser avaliados até o controle dos sinais e sintomas agudos da doença. O acompanhamento regular no mínimo durante um ano é imprescindível em função do risco de recorrência da doença. Mesmo quando a doença é tratada adequadamente, pode haver sequelas, como recessão e perda da papila interdental.

CONCLUSÃO: O diagnóstico e o tratamento da PN não apresentam alto grau de dificuldade, porém deve-se considerar as características destrutivas da doença, que podem levar a complicações, como a perda de dentes, sequestro de fragmentos ósseos, necrose extensa de tecidos moles e bacteremia. Para um prognóstico mais favorável e evitar recorrências, o paciente deve controlar os fatores de risco da doença, incluindo a melhoria da higiene bucal, nutrição, estresse psicológico, cessação do tabagismo e tratamento de condições imunossupressoras.


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ISSN 2764-2135