PREVALÊNCIA DE FRAQUEZA MUSCULAR INSPIRATÓRIA EM SOBREVIVENTES DA COVID-19 MODERADA

Jéssica Luiza Pedroso da Silva, Maria Eduarda Lara de Oliveira, Eduarda Chaves Silveira, Gabriela Maziero, Litiele Evelin Wagner, Solange Schio Lanza, Kamila Mohammad Kamal Mansour, Jonathas Gauciniski, Patrícia Érika de Melo Marinho, Dulciane Nunes Paiva

Resumo


Introdução: A Covid-19 é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 e que apresenta um perfil pandêmico que vem causando a morte e debilidade clínica e funcional nos sobreviventes. Tal doença pode cursar com sintomas leves, graves ou muito graves. Os casos graves podem evoluir para importante comprometimento da função pulmonar, entretanto, os efeitos tardios sobre o sistema respiratório, bem como sobre a capacidade funcional do indivíduo ainda não estão plenamente estudados. A fadiga e perda funcional no pós-Covid têm sido relatadas na literatura, mas há dados inconclusivos quanto às características de tais eventos. O acometimento da musculatura inspiratória é um achado clínico frequente, não somente nos pacientes com doenças neuromusculares, mas também naqueles com doenças respiratórias que afetam primariamente o parênquima pulmonar ou as vias aéreas como na Covid-19. A fraqueza dos músculos inspiratórios pode causar dispneia e intolerância aos esforços devido a hipoventilação causada e a perda da capacidade aeróbica que, se não identificada e tratada, poderá ocasionar insuficiência respiratória ou disfunções que poderão afetar a qualidade de vida do indivíduo. Objetivo: Avaliar a prevalência de fraqueza muscular inspiratória em sobreviventes da Covid-19 moderada na alta da unidade de terapia intensiva. Método: Trata-se de um estudo transversal que foi realizado antes da alta da unidade de terapia intensiva em 47 pacientes que tiveram Covid-19 moderada. Tais pacientes foram avaliados quanto a idade, o índice de massa corporal (IMC) e a taxa de intubação orotraqueal (IOT). A pressão inspiratória máxima (PImax) foi avaliada por meio da manovacuometria digital (MV 300®, Porto Alegre, Brasil), tendo sido considerado os valores absolutos e preditos (Parreira et al., 2007). Resultados: Participaram do estudo 47 pacientes, sendo 29 do sexo masculino (61,7%) com média de idade de 54,70±11,34 anos e IMC de 32,45±4,67 Kg/m2. A taxa de IOT foi de 10,4% (n= 5) e 89,3% (n= 42) foram submetidos a ventilação não-invasiva, à oxigenoterapia de alto fluxo e a posição prona em respiração espontânea. A PImax foi de -81,28±35,04 cmH2O (82,77%pred) e a prevalência de fraqueza muscular inspiratória foi de 19,14% (n= 9). Conclusão: Em nosso estudo, foi evidenciada fraqueza muscular inspiratória no momento da alta da unidade de terapia intensiva em uma parcela de indivíduos com Covid-19 moderada. A fraqueza muscular inspiratória pode resultar em perda de capacidade aeróbica e da funcionalidade, tornando-se importante tal detecção precoce.

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ISSN 2764-2135