DESEMPENHO DO PARASITOIDE ANISOPTEROMALUS CALANDRAE (HOWARD) (HYM., PTEROMALIDAE) PARASITANDO LASIODERMA SERRICORNE (FABRICIUS) (COL.: PTINIDAE), SOB DIFERENTES TEMPOS DE EXPOSIÇÃO

Arthur França Krug Alves, Kàssia Cristina Freire Zilch, Andreas Köhler

Resumo


O besouro Lasioderma serricorne é uma praga primária de grande importância econômica, que se alimenta de tabaco (folhas secas e charutos e cigarros), além de outros produtos armazenados. Seu controle é baseado na utilização de produtos sintéticos, nocivos ao ambiente e ao ser humano. Contudo, considerando as limitações do controle químico e a crescente preocupação da sociedade em minimizar o uso desses produtos, pesquisas têm investigado novas estratégias, que utilizam alternativas mais sustentáveis, como é o caso do controle biológico. Uma grande variedade de organismos que atuam naturalmente no controle e equilíbrio de espécies que são consideradas pragas, como é o caso dos himenópteros parasitoides, são utilizadas no controle biológico, e uma espécie que vem se destacado no controle do besouro-do-fumo é o parasitoide Anisopteromalus calandrae. Dessa forma, a busca por maiores informações sobre a biologia e a influência de fatores bióticos e abióticos na interação parasitoide/hospedeiro, são de suma importância para a manutenção da qualidade de criações massais em laboratório e na organização de programas e metodologias de manejo e controle de insetos praga em produtos armazenados. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o parasitismo de A. calandrae sob diferentes tempos de exposição em larvas de L. serricorne. As criações do hospedeiro e do parasitoide foram mantidas no Laboratório de Entomologia da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC em Santa Cruz do Sul, em sala climatizada a 28 ± 2º C, 60 ± 10% UR e fotofase de 12 horas. Fêmeas de A. calandrae foram individualizadas e colocadas em contato com 10 larvas hospedeiras. Lotes com 10 potes foram submetidos à diferentes tempos de exposição às fêmeas, em oito tratamentos: 30 min, uma, duas, quatro, oito, 12, 24 e 48 horas. Como controle, 80 potes não foram expostos às fêmeas para se avaliar a taxa de mortalidade. Após a transcorrido os períodos de exposição, as fêmeas foram retiradas e as larvas hospedeiras mantidas nos potes até emergência dos adultos de L. serricorne ou A. calandrae. A partir dos bioensaios realizados, foi possível observar que o parasitoide possui um tempo de adaptação antes de realizar a oviposição, pois somente se observou parasitismo após a segunda hora de contato das fêmeas com as larvas, com uma taxa média de emergência de 1,5 ± 0,792 (2h) a 4,3 ± 0,700 indivíduos (24h). Além disso, quanto maior o período de contato das fêmeas com as larvas, maior também foi a taxa de parasitismo e emergência da prole. A emergência do hospedeiro, foi inversamente proporcional ao tempo de exposição, sendo de 8,6 ± 0,476 indivíduos emergidos em 30 min e de 1,3 ± 0,300 em 48h apresentando diferença significativa entre os tratamentos. Contudo no tratamento controle a média de emergência de L. serricorne foi de 9,3 ± 0,260 indivíduos. A partir dos experimentos realizados, foi possível inferir que o parasitoide A. calandrae possui um período de adaptação e reconhecimento para iniciar o processo de parasitismo que dura em média 2h, após esse período, as fêmeas iniciam a oviposição das larvas e quanto maior o tempo de contato, melhor é a taxa de parasitismo e emergência da prole. Evidenciando a importância de investigar e conhecer esses fatores e características dos agentes de controle que serão utilizados em programas de manejo integrado para que seu uso seja cada vez mais utilizado e eficiente. 

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ISSN 2764-2135