INFLUÊNCIA DA EXPERIÊNCIA DE PARASITISMO EM DIFERENTES HOSPEDEIROS NA QUIMIOTÁXIA DE HABROBRACON HEBETOR (HYMENOPTERA: BRACONIDAE)

Daiana Elisa Meurer, Cleder Pezzini, Andreas Köhler

Resumo


Habrobracon hebetor (Say, 1836) (Hymenoptera: Braconidae) é um ectoparasitoide que tem com hospedeiro larvas de piralídeos presentes em ambiente de armazenagem, entre elas a traça-das-farinhas Ephestia kuehniella (Zeller, 1879) e a traça-indiana-da-farinha Plodia interpunctella (Hübner, 1813) (Lepidoptera: Pyraliadae). As pistas usadas pelo parasitoide para encontrar seus hospedeiros variam de estímulos químicos a sinais visuais, vibratórios e táteis, podendo haver pistas de curta e longa distância. A experiência dos parasitoides com os voláteis associados aos seus hospedeiros também é um fator importante que influencia na eficiência da busca hospedeira. Esses estímulos modificam o padrão de movimentação das fêmeas na busca do hospedeiro, provocando uma alteração do padrão do movimento em orientação a fonte de estimulo. Neste contexto, objetivou-se avaliar a influência da experiência de parasitismo em diferentes hospedeiros no comportamento quimiotáxico de fêmeas de H. hebetor em resposta aos seus hospedeiros. As respostas quimiotáxicas de H. hebetor com idade entre 2-4 dias, com e sem experiência prévia de parasitismo em larvas de E. kuehniella e P. interpunctella foram observadas em olfatômetro tipo Y. A experiência das fêmeas foi obtida com o contato continuo durante 24 horas com as larvas hospedeiras, antes de realizar os biensaios. Foram avaliados os odores de larvas das duas espécies hospedeiras. Como controle foi utilizado apenas ar sem odores. Em cada extremidade dos braços do olfatômetro foi adicionado um tratamento, comparando-os entre si. Foram contabilizadas 40 repetições responsivas para cada tratamento. Os percentuais de respostas foram comparados pelo teste de Qui-quadrado (p<0,05). As fêmeas de H. hebetor sem experiência de parasitismo não foram significativamente responsivas às larvas do hospedeiro, em relação ao controle (ar). Quando confrontados os odores entre larvas de E. kuehniella e P. interpunctella, não foi observada preferência das fêmeas sem experiência por um dos hospedeiros. Por outro lado, fêmeas de H. hebetor com experiência de parasitsmo em larvas de E. kuehniella e P. interpunctella, apresentaram maior atratividade às larvas hospedeiras, quando contrastadas com o ar. O hospedeiro oferecido para obtenção da experiência de parasitismo não afetou na resposta quimiotáxia de H. hebetor, não mostrando escolha para o mesmo hospedeiro quando comparadas as duas espécies hospedeiras. Registrou-se que nas fêmeas de H. hebetor com experiência de parasitismo, o número médio de indivíduos não responsivos foi significativamente menor do que no grupo de fêmeas sem experiência. A partir disso, pode-se concluir que fêmeas de H. hebetor respondem positivamente aos odores dos seus hospedeiros. Porém, por meio da experiência de parasitismo, o parasitoide foi capaz de desenvolver aprendizagem, aumentando a eficiência na busca hospedeira, no entanto, não diferiu pela espécie em que já havia obtido contato prévio de parasitismo. 

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ISSN 2764-2135