MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS NO ALÍVIO DA DOR EM NEONATOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Inês da Rosa Henn, Anelise Miritz Borges, Ingre Paz

Resumo


Introdução: identificar a dor sentida pelo Recém-Nascido (RN), prematuro ou a termo, é sempre um desafio para as equipes que acompanham estes neonatos internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Assim, diminuir o número de procedimentos realizados no RN é a melhor alternativa para o alívio da dor, porém, quando isso não for possível, o uso de meios não farmacológicos é uma alternativa recomendada. No Brasil, já existem medidas não farmacológicas preconizadas, que auxiliam na neutralização da dor durante a exposição a procedimentos dolorosos e, mostram-se eficazes a curto prazo, sendo bem aceitas pelo RN, porém, pouco utilizadas pelos profissionais, devido ao desconhecimento quanto a sua existência, embora a discussão relacionada a dor do RN já esteja em pauta desde a década de 70. Objetivo: realizar uma revisão integrativa, para analisar as evidências da literatura científica no uso de métodos não farmacológicos para alívio da dor de neonatos antes de procedimentos dolorosos em ambiente hospitalar. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa por meio de uma investigação de artigos selecionados no período de 26 de setembro a 04 de outubro de 2020, nas bases de dados da Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Biblioteca Virtual Portal de Periódicos da CAPES, utilizando os descritores: recém-nascido, enfermagem, dor, neonatologia, unidade de terapia intensiva neonatal, manejo da dor e farmacologia. O operador boleano empregado foi and. Como critérios de inclusão teve-se: artigos gratuitos e completos relacionados ao tema da pesquisa, escritos em português, publicados no período de 2015 a 2020. Dentre os critérios de exclusão: teses e dissertações, revisões integrativas e sistemáticas, artigos de reflexão, capítulos de livros e editoriais. Principais resultados: na amostra inicial a partir dos descritores obteve-se 455 artigos, após, utilizando os critérios de inclusão e exclusão chegou-se a 14 publicações, no entanto, apenas 12 detalhavam os métodos não farmacológicos no alívio da dor em neonatos, dentre eles, a indicação de um fluxograma para avaliação da dor antes, durante e depois de procedimentos dolorosos. As escalas mais utilizadas para mensurar a dor dos RNs foram a NIPS (Escala de Dor Neonatal), NFCS (Sistema de Codificação da Face Neonatal), BIIP (Indicadores de Comportamento de Dor Neonatal), EDIN (Escala de Dor e Desconforto Neonatal) e PIPP (Perfil de Dor do Bebê Prematuro). Também foi apontada a indicação da presença da mãe junto do RN, assim como a oferta do aleitamento materno, o uso de música, do método canguru, do conforto e toque. Na ausência da mãe, a glicose oral a 25% foi indicada, pois proporciona a sensação analgésica, o relaxamento e o conforto. Outro método indicado foi a oferta do leito confortável, do enrolamento, do posicionamento ventral, da sucção não nutritiva, da contenção facilitada e do uso de medidas ambientais, como a diminuição de ruídos, iluminação e diferenças bruscas de temperatura. Conclusões do trabalho: há necessidade dos registros nos prontuários e da implementação de protocolos específicos quanto à utilização dos métodos não farmacológicos para o alívio da dor de neonatos, a fim de garantir uma continuidade do trabalho. Logo, incorporar capacitações e treinamentos junto às equipes contribuiria para uma conscientização quanto à importância e os benefícios que tais ações proporcionam.


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ISSN 2764-2135