DESENVOLVIMENTO DE UM BIOFILME DE QUITOSANA ASSOCIADO AO EXTRATO DE PRÓPOLIS (APIS MELÍFERA) PARA APLICAÇÃO BIOMÉDICA

Nayanna Dias Bierhals, Betina Brixner, Giovana Bagnara Luisi, Pedro Espindola da Silveira, Janice Botelho Souza Hamm, Liliane Damaris Pollo, Chana de Medeiros da Silva, Jane Dagmar Pollo Renner

Resumo


As Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde são consideradas um grave problema de saúde pública ao redor do mundo, sendo as principais responsáveis pelo aumento da mortalidade em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva, uma vez que esses apresentam um quadro clínico mais crítico e ainda são mais suscetíveis ao uso de dispositivos médicos invasivos. O uso prolongado de cateteres venosos centrais e periféricos são a sexta causa de infecções sanguíneas nas unidades hospitalares e por isso, novas metodologias vêm sendo adotadas com o intuito de proteger o local de inserção desses dispositivos e, assim, prevenir infecções. Com isso, uma alternativa promissora para cobertura de cateteres e substituição dos polímeros de poliuretano, comumente comercializados, é o uso polímeros biodegradáveis de quitosana na produção de produtos biomédicos, os quais possuem atividade antibacteriana e anti-inflamatória. Ainda, a adição de compostos naturais, como o extrato de própolis, pode potencializar a atividade antimicrobiana, conforme ação frente aos microrganismos já conhecida. O objetivo desse trabalho foi desenvolver e caracterizar as propriedades físico-químicas do biofilme de quitosana associado ao extrato de própolis com futura aplicação na área hospitalar O biofilme de quitosana foi preparado a partir de uma solução de ácido acético, glicerol e Tween 80, sob agitação. À essa solução, foi adicionado diferentes concentrações do extrato de própolis (Apis melífera), sendo mantido sob agitação. Posteriormente, as amostras foram espalhadas e colocadas em estufa para evaporação do solvente. Após secos, os filmes passaram por análise qualitativa, quanto às suas características de cor, aspecto e homogeneidade, através de análise visual e tátil. A análise da composição química da quitosana, bem como associadas aos óleos essenciais, foram realizadas em espectrômetro de infravermelho na região compreendida entre 4.000 a 650 cm-1. Nos filmes compostos apenas de quitosana, pode-se observar aspecto incolor, transparente, textura plástica e parcialmente maleável e homogêneo. Os filmes compostos por quitosana, tween e glicerol apresentaram coloração levemente amarelada, mas ainda assim, aspecto transparente, textura sedosa, maleável e parcialmente homogêneo. Por fim, os filmes que continham o extrato de própolis apresentaram uma coloração amarelo esverdeado, transparente, textura sedosa, maleável e parcialmente homogêneo. Observou-se o aparecimento de diversos pontos escuros ao longo do filme, provavelmente devido a presença de impurezas no extrato. Referente a análise no infravermelho da amostra do biofilme de quitosana, observou-se agrupamento de OH (3400-3200cm-1), NH2 (3400-3200 cm-1), CH (2920-2800cm-1), C-O-C (1150-1130cm-1) e NH2 (1590-1550 cm-1), sendo que este perfil espectroscópico se manteve constante para as demais amostras analisadas, após adição do tensoativo, emoliente e do extrato de própolis. Diante do exposto, conclui-se que foi possível desenvolver e caracterizar um biofilme de quitosana associado ao extrato de própolis. O mesmo apresentou textura sedosa e adequada, no entanto, a presença de impurezas no extrato prejudicou a homogeneidade do biofilme. Como perspectiva futura, se tem a busca de novas técnicas para filtrar o extrato ou, ainda, a pesquisa de novos compostos naturais para incorporar aos biofilmes de quitosana.

APOIO: O presente trabalho foi realizado com apoio da CAPES - Código de Financiamento 001.


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ISSN 2764-2135