ADESÃO ÀS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DA COVID-19 EM INDIVÍDUOS QUE TIVERAM TESTE REATOR A PARTIR DO ESTUDO COVID-VRP (2020)

Jonathas Gauciniski, Cassiandra Sampaio Joaquim, Lucas Vinicius Fischer, Eduarda Favero, Ana Paula Helfer Schneider, Janine Koepp, Marcelo Carneiro, Lia Gonçalves Possuelo, Mari Ângela Gaedke

Resumo


Introdução: A COVID-19 é uma doença respiratória causada pela Síndrome Respiratória Aguda Grave Coronavírus 2 (SARS-CoV-2) e caracterizada por alta transmissibilidade. Considerando a falta de um tratamento profilático comprovado e um contexto distante da imunização em massa, as principais estratégias adotadas na maioria dos países, incluindo o Brasil, como forma de controle de propagação do vírus, foram as práticas de isolamento, quarentena e distanciamento social. Sabendo que a infecção induz uma ativação do sistema imunológico cuja magnitude e persistência são ainda indeterminadas, a conduta dos indivíduos em um cenário pós-infecção assume grande importância na dinâmica social e no estabelecimento de políticas públicas de saúde. Objetivo: Analisar o perfil comportamental de adesão às medidas de mitigação da COVID-19 em indivíduos que tiveram teste reator na Região de abrangência do CISVALE a partir do estudo COVID-VRP (2020). Metodologia: Trata-se de estudo de coorte prospectiva de amostra aninhada a estudo transversal de base populacional conduzido anteriormente através de uma parceria entre a Universidade de Santa Cruz do Sul e o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo – CISVALE, com apoio das Prefeituras Municipais e Philip Morris, que identificou a Soroprevalência de SARS-CoV-2 na Região do Vale do Rio Pardo (COVID-VRP). A amostra foi composta por todos os indivíduos que apresentaram teste rápido reator nesse estudo, que ocorreu de agosto a outubro de 2020, totalizando 125 indivíduos. A coleta de dados ocorreu de 10 a 18 de março de 2021, mediante contato para agendamento de nova coleta. Além da realização do teste rápido sorológico na amostra, foi aplicado um questionário padronizado e pré-codificado, que teve como objetivo investigar variáveis demográficas, socioeconômicas, clínicas e comportamentais. Resultados: Das 125 coletas previstas, 8 (6,4%) não foram realizadas por recusa e 27 (21,6%) não foram localizados, totalizando amostra de 90 (72%) indivíduos. Quando questionados sobre a prática do distanciamento social orientada pelas autoridades de saúde, a maioria (64,4%) respondeu que estava conseguindo cumprir “bastante”, 18,9% se consideraram “praticamente isolados do mundo” e 14,4% escolheram a opção “mais ou menos“. Com relação à rotina de atividades, 52,2% dos indivíduos responderam que saíam apenas para compras essenciais, enquanto 24,4% afirmaram sair de casa todos os dias para trabalhar. Sobre quem tem frequentado a casa, 46,7% afirmaram ser apenas os familiares residentes, 36,7% mencionaram receber visitas semanalmente e 11,1% afirmaram receber visitas diariamente, observando-se, nesse aspecto, uma redução na restrição. Quanto ao uso de máscara de proteção individual, 100% dos entrevistados afirmaram usar em ambientes fechados, como no comércio, 97,7% referiram não usar máscara nas suas residências, 93,3% relataram usar máscara em locais públicos e evidenciou-se uma redução no uso de máscara no local de trabalho, prática assumida por 60% dos entrevistados. Conclusão: A adesão às medidas preventivas da COVID-19 após a presença de teste reator, no geral, foi mantida, com mínima flexibilização. Observando as incertezas que cercam a imunidade adquirida contra a doença, reforça-se a necessidade de investimento em campanhas de adesão às medidas de distanciamento social, uso de máscaras e importância da vacinação em massa da população, mesmo em contextos com indivíduos expostos ao vírus anteriormente.

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ISSN 2764-2135