PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E O ACESSO AOS PROFISSIONAIS E SERVIÇOS DE SAÚDE

Ana Gabriela Sausen, Lucas Vinicius Fischer, Guilherme Mocelin, Mariana Portela de Assis, Maria Carolina Magedanz, Leni Dias Weigelt, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


Pensar em determinantes de saúde reporta a uma gama de fatores que geram influências acerca do homem em sociedade. Nesse viés, a Pessoa com Deficiência (PcD) encontra-se em constante busca pela superação de paradigmas biopsicossociais impulsionados pelos fatores culturais arraigados socialmente, no que tange os aspectos geradores de qualidade de vida e de acesso a profissionais, serviços e ambientes de saúde. Prover condições de vida saudável a todos, além de ser um pressuposto de garantia de direitos articulado pelo Estado, é uma forma de promover saúde e prevenir agravos. O acesso livre de barreiras, fortalece os vínculos e estimula formatos de cuidado compartilhado entre as PcDs, família, sociedade e governo. Investigar sobre a visão das PcDs no que se refere ao acesso a profissionais e serviços de saúde. Estudo qualitativo, descritivo, referente a uma das etapas da pesquisa com uma parcela da população alvo. A pesquisa “Implementação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde: estudo em um Serviço Especializado em Reabilitação Física de Referência Regional do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Sul” iniciada em abril de 2021, é desenvolvida pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), contemplada no edital da chamada 08/20 do Programa Pesquisa para o SUS: gesta~o compartilhada em sau´de – PPSUS. A proposta estrutura-se a partir do diálogo entre profissionais, população e instituições regionais e estadual, visando contribuir no avanço do conhecimento, desenvolvimento de projetos com vistas à elaboração de ações voltadas ao planejamento e qualificação da assistência à PcD na região. A coleta de dados referente a esta primeira etapa da pesquisa deu-se por meio de entrevistas com usuários do Serviço Especializado de Reabilitação Física de nível intermediário da UNISC,  maiores de 18 anos, que utilizam o serviço há quatro meses ou mais. As entrevistas foram gravadas em áudio e posteriormente, transcritas, analisadas e submetidas a Análise de Conteúdo na perspectiva de Bardin. Para o presente estudo foram selecionados temas que se referem ao acesso a profissionais e serviços de saúde. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC, sob nº 4.446.238. RESULTADOS: As entrevistas foram realizadas com sete usuários do serviço, seis homens e uma mulher com idades entre 18 e 62 anos, três residentes na zona urbana e quatro na rural, todos com deficiência física. As questões abordadas versavam acerca da utilização de serviços de saúde e possíveis dificuldades ao seu acesso.  Os sujeitos relatam na maioria dos casos, que acessam os serviços de saúde, quando o fazem, por meio do SUS. Evidenciou-se nos relatos que, com relação aos serviços prestados, tanto acerca do viés público e privado, eles não encontram dificuldades para os atendimentos. Entretanto, alguns apontam que a distância geográfica, a qualidade e a falta de informações prejudicam a integridade, continuidade e capilaridade dos e, entre os serviços e profissionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Desse modo, no que tange o acesso aos serviços e profissionais de saúde, por parte das PcDs  fica evidente que, apesar da maioria não encontrar dificuldades, existem pontos que carecem de discussões e equacionamentos a fim de (re)conhecer os aspectos singulares do indivíduo, da família e dos serviços, que viabilize a efetiva inclusão e acessibilidade aos aspectos condicionantes e promotores da saúde.

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ISSN 2764-2135