COMER EMOCIONAL E COMER TRANSTORNADO – A COMIDA ASSOCIADA A UM CONJUNTO DE EMOÇÕES: RELATO DE UMA RODA DE CONVERSA VIRTUAL

Jaqueline Garmatz, Ana Maria Kist Dutra, Fabiana Assmann Poll

Resumo



A relação que desenvolvemos com a comida tem grande impacto na qualidade das nossas vidas. Sabe-se que a comida está associada a um conjunto de emoções que variam de grande prazer a sofrimento profundo e, levando em consideração o atual cenário em que vivemos, os relatos de descontrole frente aos alimentos vem aumentando, dificultando ainda mais a percepção do aviso de saciedade enviado pelo organismo. A comida é o combustível de que os nossos corpos precisam para que possam se manter vivos. Entretanto, qualquer um que luta contra a perda de controle na hora de comer, sabe que não é tão simples assim. Desta forma, este trabalho teve por objetivo relatar uma roda de conversa multiprofissional (nutrição e psicologia), que fez parte de uma vivência acadêmica como bolsista PROLAB do curso de Nutrição, junto ao Serviço Integrado de Saúde (SIS)/UNISC e que visou orientar acerca do comer emocional e/ou comer transtornado, identificando possíveis transtornos alimentares e evidenciando a diferença entre um eventual comer exagerado da tão falada compulsão alimentar. Trata-se de uma relato de experiência de uma roda de conversa sobre comer emocional e comer transtornado, aberta de comunidade conduzida pelo google meet no primeiro semestre de 2021, por acadêmicas dos cursos de Nutrição e Psicologia/UNISC, que desenvolveram práticas acadêmicas no SIS. Participaram deste momento 26 pessoas da comunidade. Durante este momento foram abordados aspectos sobre a importância e a forma de saber diferenciar esses comportamentos, como um estratégia essencial para a saúde, pois é absolutamente normal e até saudável, comer mais do que o comum algumas vezes, até porque, diferente dos animais, nós não vemos os alimentos apenas como fonte de nutrientes, a comida está presente em nossas cerimônias culturais e tem muita relação com nossas emoções. Assim, sair da rotina no fim de semana ou comer com exagero na festa de Natal, nem sempre significa compulsão. Provavelmente as pessoas já tiveram a sensação de comer demais em uma festa de aniversário ou abusar dos doces em um dia melancólico. Então foi colocado que essas, são situações normais da vida cotidiana e nem sempre representam episódios de compulsão alimentar. Quem enfrenta episódios de compulsão alimentar ingere grandes quantidades de comida em pouco tempo (menos de 2 horas), geralmente sozinho e sem fome. Depois, costuma sentir grande desconforto pelo estômago cheio, sentimentos de culpa e/ou arrependimento costumam acompanhar os episódios compulsivos, gerando um ciclo vicioso, que logo reinicia. Ressaltamos que não há apenas um fator relacionado aos distúrbios alimentares, aspectos ambientais e principalmente emocionais podem influenciar no desenvolvimento desses problemas. Concluímos que é de suma importância reconhecer os sintomas (gatilhos) da compulsão e saber como ela funciona, pois se trata de um distúrbio cerebral com causas diversas. Embora muitas pessoas encarem esse problema como falta de disciplina ou força de vontade, essa não é a melhor abordagem para ajudar quem sofre com ele. Contudo, o primeiro passo para lutar contra a compulsão é se dar conta do problema e buscar informações. O tratamento do transtorno de compulsão alimentar, quando assim se configura, envolve o acompanhamento com psicólogo, psiquiatra e nutricionista.

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ISSN 2764-2135