OS CIMENTOS À BASE DE BIOCERÂMICOS EM ENDODONTIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Lucas Vinicius Fischer, Bruno Pereira Lançanova, Pedro Henrique Ferreira de Menezes, Darion Ferreira, Luiza Nardini Buffet, Jennifer Eduarda dos Santos da Silva, Camila Muller, Evandro de Oliveira Júnior, Magda de Sousa Reis, Márcia Helena Wagner

Resumo


Introdução: O objetivo principal da obturação é selar toda a cavidade endodôntica, desde o início do canal radicular, até ao término apical. Dessa forma, o material obturador deve preencher todo o espaço anteriormente ocupado pelo tecido pulpar, promovendo um selamento adequado nos sentidos apical, lateral e coronário. Uma boa obturação depende de basicamente dois fatores: a técnica e a seleção do cimento. Nesse sentido, os materiais biocerâmicos se apresentam, principalmente, por serem biocompatíveis e bioativos, características almejadas em todos os  cimentos utilizados. Objetivo: Levantar e discutir os principais trabalhos em relação a essa nova classe de materiais endodônticos, denominados Biocerâmicos. Metodologia: Realizado na base de dados do Portal de Periódicos da CAPES. Incluiu-se artigos originais, nacionais e internacionais, publicados entre 2011 e 2019. A coleta deu-se por meio de dos descritores em português: Biocerâmicos; Obturação endodôntica; Bioatividade. Resultados: Desenvolvidos para o uso na endodontia, os novos cimentos à base de biocerâmicos são materiais constituídos por silicatos de cálcio, óxido de zircônio, fosfato de cálcio monobásico, importantes no quesito endodôntico em relação à facilidade em manipulação, estabilidade dimensional, ótima eficiência de escoamento e selamento, alto pH e consequentemente capacidade antimicrobiana, biocompatibilidade e bioatividade. Eles têm capacidade de penetrar nos túbulos dentinários e interagir com a umidade dentinária, garantindo uma ótima estabilidade dimensional e uma menor quantidade de contração. Por apresentarem grande capacidade de escoamento, devem ser utilizados em associação à técnica de obturação de cone único em decorrência de ser nanopartículado. Mesmo com a comprovação científica da adesão dentinária destes cimentos, esta pode ser prejudicada quando técnicas de obturação termoplastificadas são empregadas, pois o calor pode provocar mudanças nas propriedades do cimento, pressupondo que o aquecimento provindo desta técnica possa promover o ressecamento dos túbulos dentinários. Entretanto, uma das principais desvantagens dos cimentos biocerâmicos é a dificuldade de removê-los do canal radicular quando o dente necessita de retratamento endodôntico. Conclusão: Diante dos estudos disponíveis, concluímos que os cimentos biocerâmicos são uma classe de materiais que tem se mostrado muito promissora por apresentar boas propriedades físico-químicas e excelentes propriedades biológicas e bioativas. 



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ISSN 2764-2135