OS IMPACTOS DA SEGUNDA ONDA NO DIAGNÓSTICO MOLECULAR DE COVID-19 EM SANTA CRUZ DO SUL

Erika Barreto Knod, Eduarda Coelho Segatto, Nayanna Dias Bierhals, Bruna Israel Lima, Andreia Rosane de Moura Valim, Lia Gonçalves Possuelo, Isabela Barnetch Zarpellon

Resumo


Introdução: A COVID-19 é uma doença respiratória causada pelo vírus SARS-CoV-2, devido a sua disseminação em níveis alarmantes, configura-se como séria ameaça à saúde global. Pode causar infecções assintomáticas até casos graves podendo levar a morte. Os primeiros casos surgiram na China, no final de 2019. Em seguida, espalhou-se para diversos outros países, o que levou a Organização Mundial de Saúde a decretar, no dia 11 de março de 2020, estado de pandemia. Em diversos países duas ondas da COVID-19 já aconteceram, após a queda expressiva nos registros de casos, governantes puseram fim às ações mais restritivas, como lockdown (fechamento total) e quarentenas, resultando o aumento nas transmissões do vírus. No Brasil, a segunda onda foi demarcada pelo aumento do número de casos e de óbitos a partir de novembro de 2020, colapsando o sistema de saúde. Com as semanas epidemiológicas (SE), sendo elas o período para agrupar os casos e óbitos, é possível compreender dinâmica epidemiológica. Um correto diagnóstico é essencial para enfrentar a doença, contribuindo para a redução da disseminação do vírus na comunidade e permitindo que o indivíduo diagnosticado seja rapidamente isolado para evitar transmissão. A detecção da doença ocorre por testes moleculares, tendo como padrão-ouro a RT-qPCR, que significa Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa. Este teste normalmente é utilizado como indicador qualitativo da presença ou ausência do RNA viral, contudo é possível obter resultados quantitativos no teste pela utilização de um limiar de detecção, designado como threshold. O ponto em que o threshold cruza com a linha de amplificação da amostra é denominado Ct (“Cycle Threshold”) e permite a quantificação relativa do DNA de cada uma das amostras. Objetivo: Analisar o impacto da segunda onda de COVID-19, considerando a média de amostras por semana epidemiológica e a média de carga viral (Ct) dos pacientes, com diagnóstico molecular. Metodologia: As amostras são provenientes da rotina de diagnóstico molecular realizada no TecnoUnisc, na qual foi implementada para apoiar o município de Santa Cruz do Sul. A extração de ácidos nucleicos foi realizada por automação utilizando o kit comercial MagMAX CORE Nucleic Acid Purification Kit™. Para a RT-qPCR, foi utilizado o sistema AGPATH. Os dados foram coletados do banco de dados do laboratório, e incluem testes realizados durante a segunda onda, que ocorreu entre a 46ª SE de 2020 até a 16ª SE de 2021, totalizando 24 semanas. Foram analisados o número de amostras positivas e a média de carga viral dos pacientes durante as semanas comparando-as com 24 semanas anteriores, sendo 22ª a 45ª SE de 2020. Principais resultados: Durante as 48 semanas do estudo, 6.211 amostras foram analisadas. Destas, 4.291(69%) eram da 46ª SE de 2020 até a 16ª SE de 2021, foram positivas em média 178 por SE. No período anterior, 22ª a 45ª SE de 2020 foram analisadas 1.920 (31%) amostras com uma média de positividade de 80 por SE. O Ct médio na segunda onda foi de 12 e no período anterior foi 24,5 (p<0,005). Conclusão: Com base nos resultados descritos, conclui-se que durante o período da segunda onda de COVID-19 a demanda por análise molecular foi maior e o número de casos positivos foi 2,23 (20,4%) maior que no período anterior. Notou-se também uma carga viral mais elevada entre os pacientes diagnosticados na segunda onda da doença o que refletiu na maior transmissibilidade da COVID-19 durante a segunda onda da doença.

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ISSN 2764-2135