Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Unisc

A pericoronarite é definida como uma doença periodontal inflamatória comum, que pode ser aguda ou crônica. Essa condição acomete, geralmente, os terceiros molares inferiores parcialmente ou totalmente erupcionados. O principal fator etiológico dessa inflamação é o aprisionamento de restos alimentares entre a coroa dentária e o tecido gengival associado à placa bacteriana. Sua prevalência abrange principalmente adultos jovens, contudo, pacientes de qualquer idade podem apresentar esse quadro. O diagnóstico dessa patologia é obtido através de exame clínico e diagnóstico diferencial. A abordagem terapêutica é baseada em alguns critérios, por exemplo a intensidade da inflamação, a presença de envolvimento sistêmico e a necessidade de preservar o dente afetado. Dessa forma, o propósito deste estudo é identificar os medicamentos empregados para auxiliar na terapia da pericoronarite. Para a elaboração dessa revisão de literatura, baseou-se em artigos científicos das bases de dados da Scielo, do PubMed e do Portal de Periódicos da Capes, com prioridade para aqueles publicados nos últimos cinco anos. Os seguintes descritores foram contemplados, nos idiomas inglês e português: pericoronitis, analgesics, antibiotics, treatment, anti-inflammatory, pericoronarite e medicamentos. O correto diagnóstico dessa condição é de extrema importância para um tratamento de qualidade. A pericoronarite aguda apresenta os sinais clássicos da inflamação, tais como calor, dor, vermelhidão, edema e perda de função. Por outro lado, a pericoronarite crônica é uma inflamação leve e prolongada, que pode ou não manifestar algum sinal ou sintoma. Ambas as classificações são complicações induzidas por placa bacteriana. Dessa forma, o tratamento objetiva eliminar o supercrescimento bacteriano e controlar a dor do paciente. O primeiro é obtido por meio de intervenção local, desbridamento com instrumentos periodontais, leve esfregaço e irrigação da área afetada com clorexidina ou peróxido de hidrogênio. A terapia medicamentosa inclui, inicialmente, o uso de analgésicos e anti-inflamatórios não-esteroidais, por exemplo o Ibuprofeno. Os antibióticos são recomendados para os casos mais graves, nos quais há envolvimento sistêmico. Dentro dessa classe farmacológica, recomenda-se a administração de metronidazol e amoxicilina, pois são os antimicrobianos mais eficazes contra microrganismos anaeróbios, comumente associados às infecções orais. Para os pacientes alérgicos à penicilina, indica-se a eritromicina. Diante disso, conclui-se que, quando presente, o diagnóstico e o tratamento precoces da pericoronarite são de grande relevância a fim de prevenir a sua disseminação e consequentes complicações, assim como reduzir o uso de antibióticos e os custos de saúde. No entanto, mais importante ainda é a prevenção da instalação desse processo inflamatório. Para isso, os pacientes devem realizar consultas periódicas ao dentista e manter uma adequada higiene bucal.