ESTILO DE VIDA E QUALIDADE DE SONO DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO PLANTÃO NOTURNO DE UM HOSPITAL DA REGIÃO DOS VALES
Resumo
O trabalho noturno surgiu para otimizar a organização em sociedade. No entanto, ao longo do tempo, percebeu-se que este possui efeitos deletérios para aqueles que o desempenham. A vida profissional noturna pode repercutir negativamente sobre o trabalhador levando a prejuízos multifatoriais na sua saúde. Diversos profissionais da área da saúde exercem atividades noturnas, o que pode resultar em menor tempo de descanso físico e psíquico, algo imprescindível à prática profissional cotidiana. Desta forma, o objetivo foi apresentar aspectos de estilo de vida e qualidade de sono de profissionais de enfermagem do plantão noturno de um hospital da região dos Vales. Estudo transversal e descritivo, sendo que os dados utilizados fazem parte de uma atividade acadêmica desenvolvida na disciplina de “Bioestatística”, no curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul no segundo semestre de 2020; tal atividade envolvia as etapas de coleta de dados, análise e produção de texto científico. Participaram da pesquisa trabalhadores representantes da equipe de enfermagem (técnicos de enfermagem e enfermeiros) do plantão noturno do Hospital Santa Cruz, situado no município de Santa Cruz do Sul, com jornada diária de trabalho de 6 horas (com escala de 1 h às 7 h e 15 min). A coleta de dados foi realizada online pela plataforma Google Forms durante o mês de setembro e contou com 16 questões relacionadas aos seguintes aspectos: demográficos, hábitos alimentares, qualidade do sono e satisfação profissional. As análises foram realizadas no software Excel, com as variáveis analisadas descritivamente pela frequência relativa, medidas de tendência central e dispersão. Participaram do estudo 28 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre 22 e 54 anos. Prevaleceram mulheres, que exercem a função de técnicas de enfermagem com apenas um vínculo empregatício. Com média de trabalho diário de 8 horas e com período de sono médio de 5 horas e 30 minutos. Os pesquisados relatam hábitos alimentares com a realização de 4 refeições diárias e aqueles que consideraram a ingestão de cafeína, ingerem em média 4 xícaras/copos por dia. Mais de 92% dos entrevistados preparam suas próprias refeições e optam por alimentos preparados por restaurantes ou outros meios. Em relação ao sono, 68% relatam ter disfunção (sono dificultoso ou insônia), com 11% utilizando terapia medicamentosa indutora de sono. A distração e o cochilo durante o turno de trabalho foram evidenciados em 82% dos entrevistados. A sensação de cansaço no período diurno foi relatada por 64% e 61% consideram-se insatisfeitos com o trabalho noturno. Os achados deste estudo, indicam a presença de fatores deletérios as condições de saúde, principalmente relacionados a qualidade do sono, visto que a média de horas diárias em repouso é inferior ao preconizado, assim como a prevalente contagem de relatos de disfunção do sono e sensação de cansaço diurno. Frente a isso, sugere-se a elaboração de medidas e estratégias a serem realizadas durante o plantão bem como inseridas a rotina após a jornada de trabalho com o intuito de otimizar a qualidade de vida destes profissionais revertendo as evidências apresentadas.
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ISSN 2764-2135