RELATO DE CASO SOBRE A PRESENÇA DE THEILERIA EQUI EM UM EQUINO ATENDIDO NO SETOR DE GRANDES ANIMAIS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNISC
Resumo
O parasita Theileria equi é um dos agentes etiológicos, causador da enfermidade Piroplasmose, que associado a Babesia caballi, acomete animais da espécie equina. Considerada uma das principais enfermidades parasitológicas, ela é responsável por grandes perdas econômicas e restrições no mercado equestre. A ocorrência da Piroplasmose está diretamente ligada às regiões de clima subtropical, que são favoráveis para o desenvolvimento do carrapato, seu principal meio de transmissão. Os vetores mais conhecidos de T. equi são os carrapatos ixodídeos, principalmente dos gêneros Rhipicephalus, Amblyomma, Haemaphysalis e Hyalomma. Ao entrar em contato com o equino, a transmissão ocorre de forma transestadial, em que a larva do parasita ao ingerir eritrócitos contaminados ocorre o desenvolvimento, evoluindo até esporozoítos (forma infectante), que se difundem através da hemolinfa do carrapato para suas glândulas salivares, formando carrapatos adultos infectantes, que ao entrar contato com um novo hospedeiro, se espalham pela corrente sanguínea, infectando-o, inicialmente atacando os linfócitos. A diferença entre a T. equi de B. caballi morfologicamente, é a falta de ausência de um ciclo pré-eritrocitario no hospedeiro vertebrado, além de não ser transmitida de forma transovariana entre os carrapatos, e na sintomatologia, depois que o animal é infectado, após sua fase aguda, torna-se um reservatório da doença, sendo na maioria dos casos, portador assintomático. Os principais tratamentos empregados provocam a remissão dos sinais clínicos, mas não garantem a eliminação do parasita. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico ocorrido no Hospital Veterinário de Universidade de Santa Cruz do Sul – RS. O atendimento realizado foi de um equino que foi encaminhado com a finalidade de realizar um exame de rotina. Deu entrada no Hospital Veterinário um equino de raça indefinida, de pelagem picaça, pesando 430 kg, com 20 anos de idade e vacinação em dia. A queixa principal da proprietária foi de uma queda por motivos desconhecidos, dificuldade respiratória e claudicação intensa principalmente após submetido a exercício. Desde o acontecimento relatado, o animal recebeu tratamento fora do Hospital, para broncopneumonia, através de antibiótico terapia por sete dias. Após sua chegada a consulta, foi realizada uma anamnese completa do equino que apresentava avaliações de temperatura, frequência respiratória e cardíaca, pulso cardíaco, tempo de preenchimento capilar e mucosas dentro dos padrões de referência fisiológico. Na sequência foi realizado exames de marcha e coleta para realização de exame parasitológico de fezes e hemograma completo, sendo neste último identificado através do exame de diferenciação das células, a presença do protozoário Theileria equi junto aos linfócitos do animal. Posteriormente foi realizado um tratamento para protozoário sanguíneo através do Dipropianato de imidocarb 12g/ml, administrando 2,5ml/100kg, além de um tratamento anti-helmíntico a base de Ivermectina. O animal respondeu bem aos tratamentos e apresentando um prognóstico favorável. Conclui-se que este estudo é de suma importância, dado que esta é uma das doenças parasitárias mais frequentes de equinos, trazendo um relato de caso sobre um animal que se apresenta assintomático em relação ao descrito da enfermidade na literatura, e que se apresenta em contato diário com demais equinos, assim como em muitos casos, pode estar disseminando a doença de forma silenciosa.
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ISSN 2764-2135