PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO PARA SAÚDE NO MEIO RURAL: UMA ANÁLISE DO PROJETO “VIDA E SAÚDE NO CAMPO: TECNOLOGIAS EDUCATIVAS DESPERTANDO CONSCIÊNCIA”

Lucas Fernandes Mein, Tomaz Mazuco Rodriguez, Jonathas Gauciniski, Camilo Darsie de Souza, Leonardo Teixeira Gomes

Resumo


Introdução: O Brasil é reconhecido como um importante polo de produção agrícola no contexto internacional. Contudo, conta com trabalhadores do campo que em muitos casos possuem baixa instrução profissional e escolar. Ainda, tais trabalhadores, especialmente pelas condições de trabalho, estão expostos aos riscos do manejo de defensivos agrícolas, assim como a acidentes de trabalho que envolvem desde as ferramentas utilizadas até intercorrências com animais peçonhentos. Situações como estas causam muitas demandas de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Partindo desta realidade, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conduziu um projeto piloto que buscou treinar profissionais de um serviço de Atenção Primária em Saúde (APS), na cidade de Petrópolis-RJ, para desenvolverem materiais audiovisuais e impressos para tornar o processo de educação para saúde mais acessível, adequado e didático para a população em questão.  Objetivo:  Analisar as características, importâncias e bases do uso dos materiais audiovisuais e impressos para a educação para saúde produzidos no projeto. Metodologia: Foi feita uma análise qualitativa sobre os materiais produzidos pelo projeto “vida e saúde no campo: tecnologias educativas despertando consciência” a partir de uma revisão de literatura temática acerca da educação para saúde e de ferramentas para educação em saúde. Resultados: É possível inferir que as ferramentas utilizadas no projeto são de extrema valia, visto que estimulam a aprendizagem dos trabalhadores rurais sobre as tecnologias disponíveis no campo e tornam os indivíduos mais engajados. Salienta-se, também, a grande relevância dos profissionais de saúde da família, a partir de conhecimentos teórico-práticos, no desenvolvimento de atividades de atenção básica e de vigilância em saúde, que facilitam a sensibilização. No que tange à atribuição dos métodos preconizados, observa-se que diferentes materiais audiovisuais e impressos têm papel fundamental na promoção da saúde no campo, uma vez que despertam a consciência e o interesse do indivíduo, sendo mecanismos propulsores para a reflexão, o questionamento, o compartilhamento, o debate e cooperação. Os recursos empregados no projeto permitem catalisar o desenvolvimento do saber e configuram-se como alternativas vantajosas a métodos ortodoxos. O uso de materiais audiovisuais na educação é positivo à medida que permite criar um processo de troca e diálogo, disseminando-se de forma processual e não hierárquica, o que é incomum em outros meios. Deve-se considerar, nesse âmbito, a importância da prática da intertextualidade como mecanismo de estímulo à participação do leitor/espectador, o que permite a construção de um novo saber passível de produzir transformação no contexto desejado. Conclusão: Fica evidente a partir do disposto que os materiais audiovisuais produzidos pelo projeto tinham justificativa teórica para seu desenvolvimento e uso. O impacto sociocultural e a penetração através das camadas sociais que os diferentes artifícios audiovisuais atingem geram uma alta eficácia em práticas de educação para a saúde.

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ISSN 2764-2135