EDUCAÇÃO E SAÚDE NA EDUCAÇÃO BÁSICA DE SANTA CRUZ DO SUL - RS: ENTENDIMENTOS DE PROFESSORES E GESTORES SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.
Resumo
Introdução: A educação em saúde é uma prática fundamental para o desenvolvimento de melhores condições de vida da população. Ela envolve e define os modos como os profissionais da saúde, os gestores e a população desempenham suas funções e, partindo disso, colabora para o aumento da qualidade de vida da sociedade em geral. Tradicionalmente, questões relacionadas à saúde, na educação básica, são organizadas, operadas e destinadas por/para disciplinas que se inserem no campo dos estudos sobre o corpo, pelo viés, predominantemente, biológico. Neste contexto, entende-se que questões relativas às políticas públicas de saúde, como o funcionamento do Sistema Único de Saúde - e seu aspecto intersetorial voltado para a promoção da saúde - deixam de ser levadas em conta, em muitas escolas. Objetivo: Identificar e problematizar o conhecimento dos professores e gestores da educação básica, da cidade de Santa Cruz do Sul, RS, acerca de temas relevantes para saúde, em especial no que se refere ao campo da Saúde Coletiva. Metodologia: Pesquisa quanti-qualitativa, descritiva, desenvolvida por meio de questionário eletrônico no site Google Forms. Após aprovação no CEP, o link do questionário foi disponibilizado, por e-mails e redes sociais, por gestores de escolas municipais, estaduais e privadas, para os professores de escolas de educação básica, Ensinos Fundamental e Médio. Resultados e discussão: O questionário foi respondido por 331 professores e gestores. Para mensurar o conhecimento de saúde acerca do entendimento sobre o SUS foram feitas duas perguntas de múltipla escolha. Na primeira deveriam ser marcadas todas as alternativas consideradas portas de entrada do SUS; dentre as alternativas, a mais marcada foi “posto de saúde (UBS/ESF)”, com 90%, seguida de “UPA” com 72,2% e “hospital” com 61%. As alternativas menos selecionadas foram “clínica particular”, “ambulatório de especialidades” e “visitas domiciliares”, com 5,1%, 12,4% e 28,1%, respectivamente. Já na segunda pergunta, os respondentes deviam selecionar as alternativas que consideravam relacionadas com o SUS. A mais selecionada, por 324 pessoas, foi “acesso à assistência médica em postos de saúde e hospitais “ e a menos foi “ruas calçadas/pavimentadas no bairro”, por 7 pessoas. Pode-se observar uma maior porcentagem nas respostas que envolviam as ramificações biológicas do sistema de saúde como “acesso à vacinas e medicamentos” (93,7%), “acesso a exames (laboratoriais e de imagem)” (84,3%) e “acesso a cirurgias e procedimentos ambulatoriais” (83,1%). Já as alternativas que envolviam indiretamente, mas que são preocupações do Sistema, reconhecidas como Determinantes Sociais de Saúde (DSS), foram as que contaram com menor número de seleção, tais como: “calçadas adequadas para os pedestres” (3,3%), “segurança (em locais públicos e privados)” e “trabalho com condições dignas e remuneração condizente” (5,1%). Conclusão: Pode-se afirmar que o entendimento de professores e de gestores da educação básica do município acerca do SUS é limitado a alguns de seus aspectos de abrangência. Logo, a ampla e complexa rede que o envolve - tendo em vista seus princípios e a lógica da intersetorialidade - não é explorada e compreendida, tanto no que tange os meios de acesso quanto no que diz respeito aos serviços oferecidos.
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ISSN 2764-2135