A DOCÊNCIA NO PERÍODO PANDÊMICO: ENTRE DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Resumo

O presente trabalho é um recorte da pesquisa mais abrangente “A produção de docências contemporâneas: a experiência coformativa entre professores e futuros professores em tempos de Covid-19” que tem como objetivo geral analisar as docências contemporâneas produzidas entre os professores e futuros professores por meio de “experiências coformativas” a partir da crise da Covid-19. Esse recorte tem como objetivo analisar e compreender como os professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, do município de São Leopoldo (RS), descrevem a sua atuação docente no período pandêmico. A partir disso pretende-se responder a seguinte questão investigativa: “De que forma os professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental narram a sua atuação docente no período pandêmico?”. Como material analítico foi utilizado o banco de dados da pesquisa mais abrangente, composto por respostas de 59 professores oriundas de um questionário desenvolvido pelo aplicativo google forms. Após o escrutínio dos materiais, sua catalogação em tabelas e organização em grupos de sentidos foram produzidas as análises. Para isso, utilizaram-se estudos sobre a docência contemporânea na pandemia de autores como: Elí Terezinha Henn Fabris, Marta Pozzobon, António Nóvoa, Sabrine Hetti Bahia, Mariano Narodowski, Inés Dussel, entre outros. A análise sobre o material possibilitou identificar as características da atuação docente nesse período de pandemia, organizando-as em três unidades de sentido: 1) Os desafios tecnológicos; 2) Avaliar é possível?; 3) O trabalho público dentro do espaço privado; e 4) Exaustão docente. A investigação sugere que os efeitos da pandemia e do pós pandemia ainda ficarão por muito tempo presentes, perpassando as aulas e as relações entre professores, alunos e comunidade escolar como um todo. Mas nem tudo são prejuízos, pois é preciso, junto com a necessidade de maior desenvolvimento da cultura digital nas escolas, uma formação de professores que escute as necessidades de cada instituição escolar, de cada região e que possa apoiar na formação do coletivo docente. Verifica-se que é preciso que as secretarias municipais de educação, junto às secretarias estaduais e órgãos federais contribuam com o suporte tecnológico e de inclusão digital a todas as escolas públicas. É preciso também, formação para o uso dessas tecnologias e a criação de políticas públicas que auxiliem e deem amparo para esse momento cheio de adversidades, subsidiando nesta desafiadora (re)organização escolar.