A ARTE NA ESFERA FAMILIAR: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E RESGATES DE MEMÓRIAS

Natália Duani Gomes da Silva, Thais Couto, Felipe Gustsack

Resumo


Durante o período de formação 2021/1, alguns estudantes de variados cursos da UNISC tiveram o módulo Produção Discursiva, Percepção Lógica e Criativa, no qual pelo período da metade ao fim do respectivo semestre, haveria uma separação da turma em grupos com nomes que deveriam ser escolhidos pelos integrantes e a construção de um trabalho que representasse alguma forma de expressão cultural/artística; o desenvolvimento desta atividade foi orientado pelo professor Felipe Gutsack, que apresentava para a turma materiais de estudos que constituíam artes e expressões culturais de diversas formas, sempre instigando que os estudantes desenvolvessem o seu trabalho da forma mais inclusiva que encontrassem. O grupo Obsolescentes Programados teve como objetivo um resgate cultural no âmbito familiar, de modo que histórias que eram contadas pelos avós, tios, os anciões das famílias quando todos estavam reunidos, práticas que vão se perdendo com o passar dos anos, com o crescimento das crianças e o falecimento dos mais velhos, fossem recontadas e compartilhadas em um grupo maior ainda, no caso, para todos que integravam a turma do módulo. A escolha do nome do grupo deu – se por um conceito da microeconomia que fala sobre como as coisas já “nascem” tendo um período pré-determinado de vida útil, que em determinado momento expirará e será substituído, ciclicamente, e que relacionando com o objetivo do trabalho, reflete sobre como heranças imateriais vão se perdendo ao passar de gerações quando não são divididas e o constante desenvolvimento tecnológico vai ocupando maior espaço nas nossas vidas. Como a apresentação do trabalho requeria um tempo limite e o grupo buscava incluir o máximo de ferramentas que possibilitasse a compreensão do trabalho para pessoas que eventualmente possuíssem algum tipo de deficiência visual ou auditiva, optou – se pela elaboração da atividade por meio audiovisual na criação de um curta - metragem, em que o grupo escolheu a história da família de uma das integrantes e se subdividiu para que houvesse responsáveis por digitar o enredo que seria contado, catalogar imagens, gravar o áudio e editar o vídeo colocando o texto tanto em som quanto em legenda. Considerando que nenhum dos estudantes cursava graduações das áreas de Design Gráfico, Artes ou propriamente de Produção Audiovisual, o resultado foi amador, porém elaborado da melhor forma possível com os instrumentos dispostos. Houve um receio pelo recebimento da atividade por se tratar de um vídeo com duração de 16 minutos, entretanto, foi muito bem aceito pela turma, que considerou a fábula retratada bem elaborada, misteriosa e instigante e com muita atenção na questão de acessibilidade do conteúdo. Percebeu – se com a produção desta atividade que o trabalho feito em conjunto quando de forma colaborativa, gera resultados interessantes, mesmo sendo uma ideia desafiadora, com as responsabilidades divididas tornou mais leve a construção para todos, podendo trazer o objeto empírico para dentro do ambiente acadêmico e desenvolver conhecimento sobre isso. Ainda proporcionou incluir debates cada vez mais importantes na nossa sociedade, como a importância de se gerar inclusão e acessibilidade de grupos com deficiência, reconhecimento e valorização de inúmeros processos artísticos e a possibilidade de aprender sozinho, com o professor e com os colegas.


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ISSN 2764-2135